A Microsoft introduziu no início desta semana a sua segunda geração de tablets de marca própria: os novos Microsoft Surface 2 e o Microsoft Surface Pro 2. Em termos de especificações técnicas os novos dispositivos da Microsoft parecem ter tudo para se tornarem verdadeiramente competitivos face aos concorrentes Android mais artilhados, o que inclui a presença de ecrãs Full HD de 10.6 polegadas, processador Tegra 4 da Nvidia (no caso do Surface 2) e preços relativamente ao mesmo nível do das gerações anteriores, além de correr Windows RT 8.1.
Na verdade, em termos de especificações técnicas e de hardware, os novos Surface apresentam-se como máquinas de sonho, o que provavelmente justifica – em parte – os elevadíssimos preços que a gigante norte-americana se encontra a pedir pelos seus novos aparelhos. A questão, contudo, está em saber se os mesmos serão mais apelativos ao consumidor comum do que os aparelhos anteriores, ou se serão direccionados para um utilizador mais produtivo e profissional que, nesse caso, continua a ter à sua disposição alternativas interessantes em formatos mais clássicos como o Notebook ou o Laptop.

Um dos trunfos apontados pela Microsoft para tornar o seu novo Surface 2 mais apelativo é o facto de incluir a suite do Microsoft Office 2013 pré-instalada – o que em parte é vantajoso se realmente considerarmos a aquisição de um tablet para uso profissional em mobilidade. A questão que Brad Reed no BGR nos coloca, contudo, é esta: será que o utilizador quer mesmo um tablet para uso profissional?
“O Microsoft Office é um software de produtividade fantástico, mas a maioria das pessoas que necessitam dele acedem através dos seus computadores portáteis. As pessoas que precisam de usar o Office em casa podem fazê-lo ao levar consigo os seus laptops. O que não irão fazer, contudo, é gastar $450 num tablet para seu próprio uso pessoal só porque vem com o Office”, afirma. “De facto, eles vão provavelmente adquirir um tablet para uso pessoal como forma de escapar ao Office e a outras ferramentas relacionadas com a produtividade profissional”.

Tal como o Windows Phone, outra das questões apontadas para o Windows RT é o do seu ecossistema de aplicações. A intenção inicial da Microsoft seria engenhosa, não tivesse corrido exactamente pelo contrário: incentivar as principais fabricantes associadas ao Windows a construir dispositivos baseados na plataforma da Microsoft, o que por sua vez motivaria os programadores a desenvolverem aplicações para o seu ecossistema. “O Surface RT foi um falhanço comercial, as OEMs fugiram do Windows RT e os programadores que desenvolvem aplicações estão menos que entusiasmados em fazer aplicações para a plataforma”.
Houve aspectos incrivelmente positivos na nova proposta da Microsoft: os problemas apontados por vários dos seus utilizadores parecem ter sido endereçados e resolvidos, nomeadamente ao nível do hardware e da autonomia de bateria. O risco é que estas melhorias, em termos estatísticos, podem ter sido tidas em conta por uma base de utilizadores virtualmente pouco significativa.
Portanto, há o reconhecimento de que os novos tablets da empresa são produtos interessantes e com boas especificações técnicas, mas continuam a ser uma jogada arriscada por parte da Microsoft, que ao seguir a mesma estratégia da geração anterior poderá correr o risco de repetir resultados que estiveram longe de ser positivos.
Já conhece os novos tablets da Microsoft? O que achou deles? Entre um Surface Pro 2 e um iPad 4, ou até mesmo um tablet Android de gama elevada, por qual optaria? Diga-nos a sua opinião!