O telemóvel Facebook não é bem um telemóvel

O Facebook apresentou ontem o Home, que além de não ser bem o telemóvel Facebook também não é bem uma aplicação ou um sistema operativo. É um meio termo entre os três.

Provavelmente vão ouvir falar bastante do Facebook Home ao longo dos próximos dias, especialmente se tivermos em conta que é o mais próximo possível dos rumores que andavam a circular na Internet e que davam conta que a rede social de Mark Zuckerberg planeava ‘invadir’ o segmento dos smartphones. Pois bem: estavam certos, os rumores? Sim e não.

Sim, porque de facto a HTC produziu um smartphone que irá inaugurar o Facebook Home e irá transformar por completo a experiência da rede social no segmento Android. E não, porque não estamos perante um dispositivo exclusivamente Facebook – na verdade, à partida o Facebook Home deverá ser compatível com um vasto número de dispositivos Android. Estamos perante o quê, então? Não é um sistema operativo, mas também é mais do que uma simples aplicação – chamemos-lhe uma ‘skin’ para Android, se assim entendermos.

O telemóvel Facebook não é bem um telemóvel

O Facebook Home recorre à interface Android de um smartphone e transforma-a, tornando-a mais social. Como Mark Zuckerberg bem referiu durante a apresentação, o objectivo desta UI (chamada Cover Feed) é o de colocar as pessoas em primeiro plano e as aplicações num plano mais secundário. As comparações com a interface Blinkfeed, presente no também recente HTC One, não serão de todo despropositadas – de facto, o ecrã principal do nosso Android vai dar lugar a um espaço repleto de conteúdo proveniente da rede social. Mas não só: o Facebook Home traz para o ambiente Android todas as notificações do utilizador, mensagens e até mesmo uploads do Instagram, entre outros, para o centro de operações do smartphone – o ecrã principal.

Outra das funcionalidades que o Facebook pretendeu modificar foi a forma como um utilizador comunica com a sua rede de contactos, tornando-a mais simples e acessível, através das chamadas Chat Heads (literalmente cabeças conversadoras). Esta funcionalidade consiste num ‘ecossistema de notificações’, como bem referiu Meghan Kelly do Venture Beat, que acrescenta uma fotografia de um dos nossos amigos do Facebook no ecrã de forma não muito intrusiva, o que nos permite trocar mensagens sem termos que abandonar a aplicação que estivermos a correr na altura.

O telemóvel Facebook não é bem um telemóvel

Será esta uma boa estratégia por parte do Facebook? Ainda é cedo para dizer, mas reúne todas as condições para ser bem sucedida. Não se trata realmente de um novo player no mercado dos smartphones, mas de uma apropriação de um sistema operativo aberto e disponível para todos os potenciais interessados. Esta foi definitivamente uma estratégia bem recebida pelos investidores da empresa de Mark Zuckerberg, que viu o valor das suas acções ascender 3% logo após o evento de apresentação do Facebook Home.

O que acham os leitores deste conceito? Estão interessados em experimentá-lo? Deixem-nos um feedback em relação à vossa opinião sobre o novo Facebook Home. Até lá podem visualizar aqui aquele que será o primeiro vídeo publicitário da nova UI para Android do Facebook: