Oniway dependente da Vodafone

A operadora móvel do grupo EDP não está preocupada pelo facto do desentendimento com a Vodafone ter ido parar a Bruxelas. Poderia ser, eventualmente, um atraso ainda maior num problema já por si de difícil resolução, mas segundo fonte oficial, “acreditamos seriamente que o novo conselho de administração da Anacom venha resolver de forma rápida e eficaz a falta de entendimento existente”.
E é mesmo nítida falta de entendimento. Em comunicado à imprensa, a Vodafone nem quer ouvir falar na expressão “recusa de interligação”, preferindo bater na tecla da falta de esclarecimento por parte da autoridade reguladora do sector. A Anacom já tornou pública a sua posição em relação a este assunto, lembrando que a Oniway tem direito a acordo de interligação com os demais operadores, mesmo em sistema GPRS e usando o prefixo que lhe foi atribuído para UMTS (95), segundo deliberação do regulador datada de 20 de Junho deste ano.
Mesmo assim, a Vodafone acredita que ainda há muito para esclarecer sobre este assunto. A Oniway, por seu lado, considera a posição do operador 91 discriminatória e apresentou queixa na Direcção Geral da concorrência, em Bruxelas.
Entre a razão que assiste à operadora móvel da EDP (e foi o regulador nacional que lhe reconheceu os direitos) e os argumentos irrefutáveis da Vodafone, o certo é que a entrada comercial da Oniway no mercado estava agendada para Maio deste ano, prazo que já foi claramente ultrapassado. Se a razão for confirmada por Bruxelas à rede 95 (caso se chegue a tal extremo), poder-se-á começar a falar em prejuízos financeiros causados pelo compasso de espera à volta da polémica interligação. Os accionistas da EDP já estão demasiado nervosos com o “temporal” que os títulos da companhia eléctrica têm vindo a sofrer na praça portuguesa. Estará aqui o bode expiatório perfeito?