Panasonic GD 95: antevisão exclusiva
O Telemoveis.com teve acesso exclusivo a um telemóvel Panasonic GD95 fornecido pela Papelaco, representante em Portugal da marca, mesmo antes de este ser colocado nas mãos dos operadores para testes e dá-lhe aqui conta da sua experiência.
Anunciado já há algum tempo o GD95 está neste momento a debutar para a comercialização no mercado internacional. Trata-se do primeiro modelo da Panasonic dotado de tecnologia GPRS, facto que, a par de um farto visor – afinal para que servia mais velocidade se não houvesse o correspondente aumento de funcionalidade que este permite? -, constitui um dos seus dois grandes argumentos.
Idealmente dimensionado para permitir a leitura sem titubeios do conteúdo integral de um SMS (160 caracteres) num único golpe de vista, o visor do GD95 reproduz 16 caracteres em dez linhas (mais duas de ícones). A «maravilha» é completada com a possibilidade de escolher de entre quatro cores/tons para a respectiva iluminação.
A marca japonesa apostou ao máximo em rentabilizar as possibilidades abertas e construi os menus de navegação de tal forma que, à semelhança de sistemas operativos complexos, estes são agrupados em nove grupos correspondentes a outros tantos ícones mostrados simultaneamente no ecrã inicial. Aceder às múltiplas funções torna-se deste modo uma tarefa simples e de referência imediata. De salientar que, mesmo no protótipo a que o Telemoveis.com teve acesso os menus estão traduzidos (e, por sinal, bastante bem) em português
Uma tecla de navegação tipo joystick capaz de controlar cinco funções (quatro de direcção e uma de selecção) é outro aspecto favorável do telefone dada a sua excelente qualidade, sobretudo para quem já teve oportunidade de testar joysticks de outras marcas. O joystick do GD95 é de uma grande precisão e suavidade.
Escusado será dizer que com as velocidades potencialmente admitidas pelo GPRS em acrésimo à legibilidade do visor navegar com o browser WAP 1.2.1 é uma dócil e sobremaneira mais recompensante tarefa do que a proporcionada por muitos modelos da concorrência alegadamente concebidos em especial para o mesmo, a exemplo do já depassé 7110 da Nokia. Com o GD95 o Telemoveis.com teve a experiência de conseguir aceder facilmente ao conteúdo de páginas HTML convencionais – naturalmente interpretadas de forma distinta dos browsers convencionais e apresentadas em multi-páginas. Por exemplo, a página inicial do Telemoveis.com (versão html) surge repartida em nove páginas mas, ainda assim, perfeitamente navegável. Uma notícia da dimensão deste artigo, por exemplo, deverá ser perfeitamente legível repartida por oito páginas.
O modelo está ainda equipado com uma bateria 650 mAh Li-ion e com uma entrada lateral, protegida, para auriculares.
No plano do Mobile Fun, a par dos não menos de 30 logotipos à escolha de antemão integrados no telefone o destaque vai todo para a polifonia. Para quem considere este aspecto importante (e são cada vez mais), além de permitir compor melodias personalizadas polifónicas (em diversos tons) o telemóvel oferece 23 toques pré-programados com uma qualidade de reprodução e composição musical que não tem absolutamente nada a ver com aquilo a que estamos habituados. Mais interessante ainda, da mesma forma que possibilita a gravação de curtos memos de voz, o GD95 admite a sinalização das chamadas através de uma mensagem pré-gravada. No limite, permite-lhe que a chamada do António lhe seja anunciada, pela sua própria voz, com um “É uma chamada do António”.
As possibilidades do GPRS mais do que para a navegação WAP são sobretudo interessantes para quem pretende utilizar o modem interno do telefone acoplado a um dispositivo de Fax ou a um PC para transmissão de dados. Ainda não é UMTS e o bom funcionamento do serviço está sobremaneira dependente da rede do operador mas trata-se de uma possibilidade excelente que, no essencial, com velocidades nominais em torno das quatro dezenas de Kbps torna possível uma experiência de navegação análoga à obtida com os modems analógicos convencionais.
Chamadas em alta-voz, a gravação de notas e a programação de avisos sonoros, um calendário estilo «de bolso» com todos os dias do mês e uma agenda dinâmica com possibilidade de definição de grupos, associação de sons etc… revelam-se práticos para o extracto de consumo para quem o terminal parece ser preferencialmente dirigido: quadros médios a médios-altos e para o perfil do empresário jovem ou, pelo menos, «desempoeirado». O mesmo que poderá dar o devido valor ao cliente de e-mail incorporado no telefone, o qual permite a composição, envio e recepção deste através da ligação a um servidor tipo pop3.
O Panasonic GD95 é um modelo que definitivamente se reveste de interesse. A sua competitividade estará dependente do preço porque será vendido (neste momento ainda indefinido – até porque ainda não se sabe concretamente que operadores o vão comercializar) mas – mesmo pela fraca diversificação da oferta no estrato dos terminais com GPRS – o seu sucesso parece garantido.
Para quem já conhecia os modelos anteriores da série GD90 um facto sobressalta: o GD 95 é forte do ponto de vista do design – o que, discutivelmente, nem sempre sucede com os Panasonic.
As generosas dimensões do visor, por seu lado, têm o reverso de serem directamente cobradas no tamanho global do modelo que, em contrapartida, é fino e bastante leve. Mas, pesados os factores hardware e funcionalidades oferecidas o GD95 convenceu-nos.