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Poderá o Cyanogen substituir a BlackBerry na concorrência com o Windows Phone?

Popular por ser um firmware de substituição para smartphones Android, a equipa da CyanogenMod tem a ambição de se tornar na terceira plataforma global para smartphones

O Cyanogen sempre foi uma plataforma associada ao Android, mas bastante recentemente recebeu um financiamento de 7 milhões de dólares da Benchmark Capital e da Redpoint Ventures que poderá permitir à empresa, de acordo com uma entrevista do director-executivo da empresa ao The Verge, expandir-se para territórios mais ambiciosos. Segundo Kirt McMaster, director-executivo da Cyanogen, o novo objectivo da empresa poderá passar por concorrer directamente com o Windows Phone pelo terceiro lugar no ranking das plataformas móveis mais utilizadas do mundo.

“Sempre houve muita conversa em relação à terceira plataforma de computação móvel dominante”, refere. “O Windows Phone seria provavelmente a número três do momento. Se olhar para a nossa base de utilizadores actual, podemos estar em pé de igualdade ou até mesmo ter mais [utilizadores]”.

Poderá o Cyanogen substituir a BlackBerry na concorrência com o Windows Phone?

O CyanogenMod consiste essencialmente em um firmware gratuito de substituição do Android e detém actualmente mais de 8 milhões de utilizadores, mas este número pode ser ainda maior – McMaster refere que estes dados dizem apenas respeito à base de utilizadores da plataforma que se dispôs a partilhar dados com a Cyanogen. De facto, as suas estimativas parecem sugerir uma base de utilizadores entre duas a três vezes maior que estes números.

Não deixa de ser uma constatação interessante se tivermos em conta que o Cyanogen sempre foi visto como uma alternativa ao Android, mas não propriamente como uma plataforma distinta. O objectivo da empresa passa, de acordo com o seu fundador Steve Kondik, tornar os smartphones Android mais úteis em termos de produtividade, o que implica ir buscar utilizadores de um segmento mais corporativo ao invés do típico consumidor.

Poderá o Cyanogen substituir a BlackBerry na concorrência com o Windows Phone?

“Os dispositivos móveis que andam por aí não são para utilização de todos”, explica Kondik, que acrescenta ainda a intenção de tornar a segurança de dados móveis e a protecção da privacidade uma prioridade. “São essencialmente caixas registadoras móveis. Queremos ajudar-vos a fazer coisas, e a utilizar esses dispositivos no seu máximo potencial”.

Apesar dos objectivos ambiciosos e de uma base de utilizadores promissora, isto não invalida que o Cyanogen não tenha pela frente alguns obstáculos para a concretização das suas metas. A primeira estaria na rentabilização da plataforma que, sendo gratuita, teria obrigatoriamente que recorrer a outras formas de monetização; também os potenciais acordos com operadores de telecomunicações poderiam constituir um entrave para a expansão da plataforma, já que os mesmos optam por poder controlar a experiência de utilização do telefone.

Existe ainda o risco de, na hipótese do Cyanogen pretender utilizar serviços essenciais para um utilizador como o Gmail, o Chrome ou os Google Maps, que pertencem à Google Play e não ao Cyanogen, de correr o risco de não ser aprovado pela Google. Desconhece-se, contudo, a opinião pública da Google em relação a este firmware, mas a suposição parte do princípio de que, entrando no mercado como um concorrente, a gigante de Mountain View não veja esta ascensão com bons olhos.