Porque é que não vamos comprar já um smartwatch (opinião)
Porque é que achamos que comprar um relógio inteligente actualmente poderá ser uma decisão ainda precipitada
- Lauro Lopes
- 17/10/2013
- Lifestyle, Mobile, Samsung
Os wearable devices estão a começar a ganhar tracção e será uma questão de tempo até atingirem níveis de popularidade próximos daqueles que os smartphones gozam actualmente. Um exemplo de um produto popular dentro desse segmento dos wearable devices – que podemos traduzir literalmente para “tecnologias utilizáveis” – está nos óculos inteligentes da Google, ou no novíssimo segmento dos smartwatches, ou os famosos relógios inteligentes.
Certamente que já leu uma ou outra notícia sobre um qualquer relógio inteligente. Se não foi o caso, fique prevenido: brevemente começarão a surgir cada vez mais propostas de nomes populares como a Microsoft, Apple, Google, Samsung, Sony e LG, mas também de fabricantes de outros segmentos de mercado como a Adidas ou a Nissan. Por outras palavras: há uma nova corrida pela próxima grande mina de ouro do mercado.
Comprar já um relógio inteligente: porque é que seria um erro
O iPhone, que ajudou a popularizar e a moldar a indústria dos smartphones tal como a conhecemos hoje, foi introduzido em 2007. Olhando hoje para a primeira geração, mesmo que o entusiasmo na altura fosse enorme, facilmente nos apercebemos de que as primeiras propostas ainda teriam muito que amadurecer de forma a tirarmos o proveito e a satisfação que um dispositivo dos dias de hoje nos oferece. O mesmo se passa com o segmento dos relógios inteligentes.
Ainda não existe uma identidade definida para este nicho de mercado, e por enquanto a direcção que ele irá seguir ainda não é totalmente clara. Por outras palavras, ainda faltam propostas carismáticas que ajudem a indústria a seguir numa direcção. Enquanto que em 2007 o segmento dos telefones inteligentes teve no iPhone um standard a partir do qual se elevar, as propostas existentes no segmento dos relógios inteligentes – ainda que interessantes – está numa fase ainda muito embrionária.
As duas actuais tendências dos relógios inteligentes
O consenso em relação aos relógios inteligentes parece concordar na abordagem de pelo menos duas tendências distintas dentro do campo dos smartwatches: o segmento dos “emuladores” e o dos “complementares”. Estes termos, claro está, não são oficiais, e servem apenas para identificarmos duas abordagens distintas dentro de um mesmo mercado.
No campo dos “emuladores” temos o popular Samsung Galaxy Gear e o Pebble Smartwatch. O termo “emuladores” poderá ser algo enganador, uma vez que estes dispositivos são na verdade complementares aos smartphones. Mas as suas funcionalidades permitem “emular” funcionalidades que tipicamente encontramos nos nossos telemóveis inteligentes, e neste aspecto não podemos dizer que há verdadeiramente uma inovação – existe, isso sim, uma extensão das funcionalidades de um produto para outro.
É no campo dos “complementares” que o nosso interesse recai com mais intensidade: propostas como o relógio inteligente da Nissan, ou até mesmo o da Adidas, por exemplo, são direccionadas para tipos específicos de utilizador. O da Nissan é direccionado para condutores, logo foi concebido para facilitar a vida a quem conduzir; o da Adidas é direccionado para praticantes de desporto, e foi concebido a pensar exclusivamente em facilitar a vida neste tipo de utilizadores.
Keep it simple and stupid
Ao contrário dos smartphones, os relógios inteligentes provavelmente sairão a ganhar se adoptarem apenas funcionalidades essenciais às suas funções. Isto significa que num determinado cenário as capacidades de computação mais complexas provavelmente ficariam melhor remetidas para os smartphones, ou talvez até se fossem distribuídas por outros segmentos de mercado (como o dos óculos inteligentes, que serão mais apropriados para certos tipos de tarefas do que os relógios inteligentes).
Propostas como o relógio da Nissan ou da Adidas, a título de exemplo, estão provavelmente mais próximos do futuro destes dispositivos do que produtos como o Samsung Galaxy Gear.
Porquê esperar pelas próximas gerações
Um smartphone interessa-nos porque nos permite desempenhar actividades que são do nosso interesse e que nos são úteis – justificam, geralmente, o investimento que fazemos neles. Já os relógios inteligentes, na nossa opinião, não – reconhecemos que há potencial, reconhecemos que poderá vir a ser de uma enorme utilidade, mas não reconhecemos que tal já tenha sido atingido. De facto, provavelmente ainda teremos que esperar mais uma ou duas gerações até nos apercebermos do rumo que o mercado pretende tomar.
Se fossemos fãs de condução, o relógio da Nissan seria certamente apelativo: revela-nos informações úteis para essa actividade e consegue poupar-nos tempo e trabalho. Já o miCouch da Adidas interessa-nos caso optemos por aprofundar a nossa prática de desporto: não só é mais prático e pequeno que um smartphone, como nos exibe informações úteis para tornarmos a nossa actividade mais eficiente. Estes produtos certamente justificam o investimento aos utilizadores que reconhecerem neles o potencial de melhorar as suas vidas.
Por este motivo achamos que muito do potencial deste tipo de aparelhos está nas propostas dos segmentos “complementares”. Só ainda não surgiu uma proposta que seja especialmente do nosso interesse, mas achamos que tal será mais provável em duas ou três gerações de produtos, quando este mercado já estiver mais sedimentado.
O que acha das actuais propostas neste mercado? Está a pensar em adquirir alguma? Porquê? Como olha para os relógios inteligentes? Deixe-nos a sua opinião!