PSI-20: adeus Telecel
O cavalheirismo britânico vai desaparecer do PSI-20. É que segundo noticia o jornal “Público”, a Telecel era das poucas empresas portuguesas, cotadas em bolsa, que se preocupava em prestar os devidos esclarecimentos e informações aos seus investidores, o que nem sempre é habitual no panorama nacional. Além disso, com a retirada da Telecel do mercado de capitais, Portugal fica sem operadora de rede móvel para se poder investir, reduzindo substancialmente o interesse no sector das telecomunicações, agora marcado unicamente pelo desempenho da Portugal Telecom.
A sua entrada na BVLP deu-se a 9 de Dezembro de 1996, com uma OPV (Oferta Pública de Venda) situada nos 3,97 euros. Estava-se no início do período de «vacas gordas» e a cotação não mais parou de subir até ao final do primeiro trimestre de 2000, momento em que atingiu os 25 euros, valorização máxima na sua história.
Perdeu valor – como todas as empresas de capital exposto em bolsa – nos momentos mais críticos e sobretudo na fase do declínio dos projectos ligados à Internet. Mas não deixa de sair de cena com um currículo invejável, registando – à data da OPA lançada pela Vodafone – uma valorização de 115 por cento em relação ao primeiro dia na condição de cotada. Segundo escreve o referido diário, António Carrapatoso fazia sempre questão de apresentar a sua empresa como o título que mais se valorizava em Portugal, à frente de companhias de referência como a própria PT, BES ou Cimpor.
A praça portuguesa terá sido demasiado pequena para o valor da Telecel. Agora, inteiramente nas mãos da Vodafone, transforma-se em mais uma empresa estrangeira a prestar serviço no nosso país, neste caso no segmento das telecomunicações móveis.