De acordo com a média das estimativas dos analistas contactados pela agência Lusa, o lucro seria de 495 milhões de euros. Em 2003, ano em que os resultados da empresa foram mais penalizados pelos custos com pré-reformas e a realização de provisões fiscais, a PT obteve um lucro de 240,2 milhões de euros.
O lucro da PT, em 2003, foi também limitado pela constituição de 142 milhões de euros de provisões fiscais, em resultado de um ajustamento contabilístico dos impostos deferidos, devido à descida do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC) em Portugal, de 33% para 27,5%.
Em 2004, em consequência do crescimento dos resultados, a comissão executiva da PT anunciou, ainda a 14 de Setembro do ano passado, que iria propor a distribuição de um dividendo de 35 cêntimos por acção relativo ao exercício de 2004. Este valor representa um aumento de 59% face aos 22 cêntimos de dividendo pagos relativamente ao exercício anterior.
As contas de 2004, apresentadas hoje pela PT, mostram que as receitas cresceram 4,3%, para 6,022 mil milhões de euros, também em linha com as expectativas dos analistas, e reflectindo uma maior contribuição da Vivo, da TMN e da PT Multimédia.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa refere que os negócios móveis representaram 48,9%, com a joint-venture brasileira Vivo a contribuir com 25%.
As receitas da rede fixa caíram 0,7%, para 2,123 mil milhões de euros no ano, mas mostraram uma ligeira melhoria no quarto trimestre. Entre Outubro e Dezembro, os proveitos do negócio fixo subiram 1%, em resultado do forte crescimento do ADSL (acesso à Internet em banda larga pela rede fixa).
Os custos operacionais cresceram 4,3%, ao mesmo nível que as receitas, para 4,654 mil milhões de euros. A empresa gastou 171 milhões de euros com a redução de 651 trabalhadores no negócio da rede fixa.
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) subiu 2,6%, para 2,325 mil milhões de euros.
Em 2004, PT investiu 783 milhões de euros, mais 20,2% do que no ano anterior, com a maior fatia a caber à Vivo e à PT Multimédia. O investimento da TMN caiu 5,8%, para 158,8 milhões de euros, um terço do qual foi gasto no desenvolvimento da rede UMTS.
