Diferença do USB Tipo-C e Micro USB
Entender a diferença entre micro USB e type C
- Telemoveis.com
- 12/02/2018
- Computador, Tecnologia
As grandes empresas tecnológicas do mundo integram o USB-IF, um consórcio que dita a normatização do USB – uma sigla que significa Universal Serial Bus e descreve um tipo de ligação que conecta, troca dados e fornece electricidade a dispositivos electrónicos.
Versões USB
Cada versão do USB traz novas especificações sobre a velocidade de transmissão de dados e o suporte de intensidade da corrente eléctrica. Adicionalmente, cada versão suporta diferentes tipos de conectores.
A primeira norma foi publicada em 1998 e corresponde ao USB 1.1. No entanto a popularidade do USB só se desenvolveu a partir do USB 2.0, usado na maioria dos dispositivos actuais.
O USB 2.0 é usado na maioria dos computadores com uma taxa de transferência de dados de até 60 MB/s, embora a média real seja quase metade – 35 MB/s. A sua intensidade eléctrica gera até 900 mA, mas a maioria dos cabos suporta apenas um máximo de 500 mA.
O USB 3.0 possui uma taxa de transferência 10 vezes superior ao USB 2.0. Caracterizado pelo plástico azul dentro do conector, atinge velocidades de transferência de até 600 MB/s e transmite até 5W a uma amperagem de 1000 mA. No entanto só alguns cabos conseguem suportar esta intensidade.
O USB 3.1 atinge velocidades de transferência superiores a 1,2 Gbit/s.
Portas USB (Tipo A, Mini-B, Micro-B & C)
As versões USB 1.1, 2.0 e 3.0 usam todas o mesmo género de portas físicas – o formato Tipo A, geralmente utilizado para ligar um dispositivo ao computador, sendo que na outra extremidade se encontra um formato Tipo Micro-B ou Mini-B. As versões mais recentes são compatíveis com versões anteriores, o que significa que é possível conectar um smartphone Android a uma porta USB 3.0 e obter exactamente o mesmo desempenho que com USB 2.0.
O Tipo A é provavelmente o formato mais conhecido de todos. É vulgarmente chamado só de ‘USB’ e encontra-se na grande maioria dos computadores ou numa das extremidades dos cabos (geralmente a que se conecta ao carregador ou computador).
O Tipo Mini-B era muito usado em tablets, smartphones e leitores de MP3. Comparativamente ao Micro-B, pelo qual foi substituído, apresenta dimensões ligeiramente maiores. Quanto ao Micro-B, vulgarmente conhecido por MicroUSB, é o formato actualmente mais utilizado em tablets e smartphones.
O USB 3.1 veio mudar isto. Mais rápido que o USB 3.0, serve inclusive para transmitir conteúdos 4K. De facto, espera-se que esta versão possa vir a substituir o HDMI e VGA. Para os consumidores, a diferença mais notável será o formato compacto e plano do Tipo C relativamente às versões anteriores.
O Tipo C é o formato mais recente dos aqui listados. A sua adopção, contudo, está a tornar-se cada vez mais abrangente. Actualmente a maioria dos topos-de-gama traz uma porta/cabo Tipo-C. Os benefícios desta tecnologia vão além do seu formato achatado (que permite desenvolver equipamentos mais finos) e permite realizar transferências de dados mais rápidas, bem como efectuar carregamentos completos em tempo útil.
USB Tipo C
O Tipo C tem um terço do tamanho de um conector Tipo A. Não se trata de um novo standard USB da mesma forma que as versões 1.1-3.1 o foram. Nessas versões as actualizações focavam-se na velocidade da conexão e em certas melhorias, enquanto o USB C se foca na ligação física (à semelhança do microUSB e miniUSB). Só que o Tipo C é um substituto para ambas as extremidades do cabo.
Além de pequeno e compacto, o Tipo C é poderoso o suficiente para alimentar computadores, smartphones e televisores. O seu formato também não abre margem para erros – sendo reversível, significa que o podemos conectar em qualquer posição que ele irá entrar de qualquer forma. Deixam de haver enganos no modo como ligamos o cabo à sua respectiva porta. O Tipo C também vem acabar com o formato diferente na outra extremidade do cabo; com este formato ambas as extremidades passam a ser Tipo C.
O Tipo C está a tornar-se mais abrangente, mas nem todas as fabricantes ou dispositivos adoptaram a tecnologia. Além disso, cabos com conector Tipo C e versão USB 2.0 (raros, mas não inexistentes) apresentam riscos à integridade dos dispositivos.
Se utilizarmos estes cabos com carregadores e smartphones que têm o padrão Tipo C/USB 3.1, podemos sobrecarregar o aparelho e deixá-lo inutilizável. O USB Tipo C é incompatível com a tradicional carga rápida, embora mais por incompatibilidade do que por insuficiência – tecnologias como o Quick Charge da Qualcomm ou o Turbo Charge da Motorola utilizam a linha de dados para fornecer energia adicional ao USB 2.0.
No USB 3.1 a linha de dados só pode ser usada exclusivamente para transferência de dados. Em contrapartida, o Tipo C não precisa de usar a linha de dados para este género de operações por suportar muito mais electricidade (100W) do que a carga rápida tradicional (18W). De facto, teoricamente o USB 3.1 pode ser até 5 vezes mais rápido do que a corrente de carga rápida.
Não aconselhamos a utilização de cabos Tipo C baratos, já que há o risco real de danificar permanentemente os dispositivos. Aconselhamos também a verificação de todas as especificações do aparelho, mesmo que este traga um Tipo C de origem. Recomendamos a utilização do cabo que vem com o dispositivo e, na compra de um substituto, que tenha em conta a qualidade e compatibilidade do produto com o aparelho.
O Tipo C também poderá eliminar uma entrada já há muito vista como parte integral de qualquer smartphone – a dos auscultadores. Uma das empresas que mais tem direccionado esforços neste sentido é a Intel, que o Trusted Reviews sugere estar a encorajar a indústria a substituir a entrada de 3,5 milímetros por uma porta USB-C. Além de ocupar menos espaço, consegue garantir que o áudio é transmitido com boa qualidade ao mesmo tempo que lida com várias tarefas em simultâneo.
Preocupações legítimas associadas ao uso do USB-C permanecem. Por exemplo, quão bem durarão os acessórios que suportem este tipo de conexão comparativamente aos acessórios mais abundantes. Se considerarmos que a porta Tipo C é mais fina e aparentemente mais frágil do que outros tipos de conexões, só o tempo ditará a durabilidade dos novos acessórios que futuramente suportem este tipo de conexão.
Para prevenir danos provocados por cabos e carregadores que não respeitem os standards definidos pelo consórcio USB-IF, o que em certos casos já causou danos irreparáveis em aparelhos electrónicos, os dispositivos que suportarem conectores Tipo C terão que autenticar um dispositivo ou carregador antes de aceitarem quaisquer dados ou carga eléctrica.