Quando o telemóvel peca. Guia de etiqueta para utilizadores e interessados
Corre por aí uma piada que pergunta: “o que é que os saloons do velho Oeste têm em comum com o bar do Ritz?” Resposta: em ambos o “armamento” fica à porta: os Colts em Tombstone; os Nokia e os Ericsson na actualidade.
A nota pode ser um bocado forçada, mas a comparação ajuda-nos a reflectir sobre o que, em dados contextos, pode ser a “hábito” maldito dos telemóveis. Como nas pragas bíblicas, um toque nunca vem só…
Um dicionário de uso corrente define hábito como “tendência adquirida, estável, que facilita a prática de certos actos”. Por conseguinte, os hábitos correspondem a expectativas de conduta exclusivamente criadas para facilitar o relacionamento social.
Numa sala de cinema, por exemplo, o acto em presença é a fruição de um filme, logo o “hábito” de receber chamadas no telélé é um “mau hábito” porque interfere com a função primordial para que os presentes ali estão. Não se queixe, portanto, se o mandarem calar. Têm razão.
Isto para concluir que, longe de ser incontroverso, o uso dos telemóveis levanta problemas de cortesia balizados, em primeiro e último lugar, pelo respeito que cada um deve aos outros. Orientado por essa preocupação, o Telemoveis.com inventariou um conjunto de dez preceitos de uso politicamente correcto que lhe sugere retenha.
1 – Não utilize o seu telefone celular para apontar algo ou, pior, alguém. Lembre-se da sua mãezinha: “não se aponta que é feio”.
2 – Não leve o seu telemóvel para entrevistas ou, pelo menos, certifique-se de que ele não está em condições de tocar. Em qualquer caso, não lhe passe pela cabeça “exibi-lo” face ao entrevistador.
3 – O telemóvel como instrumento de sedução é um logro. A menos que goste do género sopeirinha facilmente impressionável invista antes em perfume e flores. Há matérias em que os métodos antigos ainda são os mais eficazes.
Se não se conseguir resignar a exibir a antena lembre-se que, contrariamente a alguma ideia feita que tenha, segundo um estudo inglês recente, são os telemóveis pequenos que mais seduzem.
4 – Não fale ao telefone em funerais e celebrações eucarísticas. Lembre-se do morto e veja nele uma linha directa para o céu. Deve ser-lhe suficiente.
5 – Da mesma forma, respeite os avisos nas salas de espectáculo: não converse ao telefone no meio de um concerto ou de uma peça de teatro.
6 – Não fique a escrever mensagens SMS, de cara virada para baixo, acabrunhado, quando está a conversar com alguém. É uma falta de respeito.
7 – Não se arme em néscio, e exiba ruidosamente os seus “tons” novos em espaços públicos.
8 – Não berre ao telefone. Provavelmente não sabe, mas o GSM já inclui um algoritmo de redução do ruído de fundo. Falar mais alto pouco lhe adianta se a qualidade da ligação for má.
9 – Não seja sovina. Se usa frequentemente o telemóvel enquanto conduz compre um kit mãos livres. Se duvida da utilidade, recorde-se das estatísticas de mortalidade nas estradas: 56 000 mortos em 25 anos.
10 – Se está a conversar com alguém e tem mesmo de atender o eu telefone, no mínimo peça licença.
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