Acha Mesmo Que a Apple Vai Vender Menos iPhones?
*Imagem: TechnoBuffalo
Pela primeira vez a Apple pode vender menos iPhones que o previsto.
Atente à palavra-chave ‘pode’.
Quer dizer que é uma possibilidade, uma hipótese. Uma especulação.
A esmagadora maioria dos analistas da Apple acha que uma queda nas vendas do iPhone será inevitável:
• Andy Hargreaves & Evan Wingren (Pacific Crest)
• Steven Milunovich & Peter Christiansen (UBS)
• Kulbinder Garcha (Credit Suisse)
• Gene Munster (Piper Jaffray)
• Katy Huberty (Morgan Stanley)
• Aaron Rakers (Stifei)
• Vários analistas da Raymond James
Todos estão de acordo no seguinte: vem aí o primeiro declínio de vendas do iPhone em anos.
O que prevêem os analistas para as vendas do iPhone em 2016:
• Pacific Crest – 72,7 milhões no Q4 2015 / 49,5 milhões no Q1 2016 (-20% que no Q1 2015)
• UBS – 75 milhões no Q4 2015 / 50 milhões no Q1 2016 (-18% que no Q1 2015)
• Credit Suisse – 76,9 milhões no Q4 2015 / 51,9 milhões no Q1 2016 (-15% que no Q1 2015);
• Piper Jaffray – 75-76 milhões no Q4 2015 / 55 milhões no Q1 2016 (-10% que no Q1 2015)
• Morgan Stanley – 74 milhões no Q4 2015 / 52 milhões no Q1 2016; (-6% que no Q1 2015)
• Stifel – 74,7 milhões no Q4 2015 / 56 milhões no Q1 2016; (-8% que no Q1 2015)
Mas porquê?
Vários sites reportaram a retenção de grande parte do inventário da Apple pelos seus fornecedores.
Ou seja: os fornecedores não conseguiram enviar o inventário para as fabricantes, o que afectou a produção do iPhone.
Estes contratempos conduziram à ideia de que a Apple não iria conseguir vender tantos iPhones como em 2015.
Só que por enquanto tudo são especulações.
Os resultados oficiais só serão anunciados pela Apple a 26 de Janeiro de 2016.
Estes são os números que vão servir de referência à Apple, reportados em 2015:
• 231 218 000 (total de iPhones vendidos em 2015)
• 74 468 000 (total de iPhones vendidos no Q4 de 2014)
• 61 170 000 (total de iPhones vendidos no Q1 de 2015)
Tudo o que estiver abaixo destes números será uma queda.
Como contrariar as previsões pessimistas?
Na China o cenário parece ser positivo e optimista para a Apple, o que são boas notícias para a empresa.
A Apple é actualmente a marca mais popular da China segundo Merrill Lynch do Bank of America.
Lynch realizou um inquérito a mais de 1000 consumidores (um número pouco expressivo, eu sei) e concluiu que a Apple é usada por 24%.
O mesmo inquérito também mostrou que:
• 39% queriam o iPhone para ser o seu próximo telemóvel
• 81% dos actuais utilizadores do iPhone planeiam manter o actual
• 32% de utilizadores não-Apple estão interessados em mudar para a Apple
Segundo dados do Ministério da Indústria e das Tecnologias de Informação da China, houve uma queda significativa na quota de mercado do Android.
Esta queda representou uma subida de 33% na quota de mercado dos smartphones não-Android.
E não-Android significa Apple.
Apesar de existirem mais sistemas operativos (Windows Phone, Tizen e BlackBerry, entre outros), este conjunto não representa mais do que 2,5% dessa quota.
Sabe o que isto quer dizer?
Que os outros 97,5% são dominados pelo iOS.
Os dados são da Kantar WorldPanel.
Vamos aos números:
• Foram vendidos 24,3 milhões de smartphones não-Android na China
• As vendas de 2015 subiram um terço face ao Q4 de 2014 (18,3 milhões)
No Q4 de 2015 a Apple conseguiu vender mais iPhones do que nunca na China.
O que quer isto dizer?
Tal como a Katie Colliens da CNET, também eu estou céptico a estas afirmações.
Mesmo que a produção do iPhone tenha sido reduzida temporariamente, isto não quer dizer que a procura tenha diminuído.
Existem cenários que podem explicar um abrandamento:
• A falta de um elemento ‘wow’ nos iPhones 6S e 6G Plus
• Os recordes batidos no lançamento do iPhone 6/6 Plus
• A falta de necessidade de quem comprou um iPhone 6/6 Plus fazer um upgrade
Ou seja: é possível, sim, que as vendas sejam inferiores.
Mas é necessário que a tendência se repita nos trimestres seguintes para confirmar que o interesse no iPhone diminuiu.