Reciclagem de telemóveis mais fácil a partir de 2005
O acordo entre as partes foi conseguido numa conferência promovida pelo Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP – United Nations Environment Programme) para que os artigos electrónicos fora de uso tenham um fim mais ecológico. Aliás, uma medida que já fazia parte da Convenção de Basileia, acordada em 1989, que controla e gere o transporte de lixo considerado de alto risco.
Para além dos telemóveis, outros produtos electrónicos de consumo, como impressoras e computadores, são muitas vezes deitados fora, quando se tornam ultrapassados nas suas capacidades informáticas. Chegou-se, então, à conclusão, na última conferência que teve lugar em Genebra, na semana passada, que reciclar estes produtos pode ser um negócio bastante lucrativo.
É que a recuperação de alguns metais preciosos e peças de equipamento podem ser novamente aproveitadas para novas aplicações. O problema é que esse trabalho de recuperação pode ser arriscado. Retirar chumbo, cádmio, mercúrio e outros metais similares dos terminais móveis não é tarefa fácil.
E são, precisamente, os telemóveis que mais contribuem para o novo lixo electrónico dos nossos tempos. Calcula-se que os terminais representem cerca de um a dois por cento de todo o e-waste, isto porque os utilizadores ainda ficam renitentes em dar os seus telemóveis para reciclar, acreditando que eles ainda tenham alguma utilidade. Por isso é que existem, em todo o mundo, cerca de 380 milhões de telemóveis, sem que se saiba quantos deles já são considerados lixo electrónico.
Os fabricantes acreditam que a única maneira de inverter esta tendência é “educar” os utilizadores para não guardar os telemóveis e dá-los para reciclar. Hoje em dia, uma dessas formas é enviá-los para outros países, como a Bolívia e o Paquistão, que na referida conferência se mostraram entusiasmados com a iniciativa, para dar um outro impulso às comunicações móveis nos países menos desenvolvidos.
Ao assinar este acordo, os fabricantes comprometem-se a produzir terminais mais fáceis de reciclar e acreditam que a medida adoptada irá fazer com que outros sectores da indústria tecnológica possa seguir o exemplo. Tudo em nome de um ambiente melhor.