Redes móveis em ponto morto

Um estudo do Yankee Group concluiu que 2002 foi um ano crítico para a indústria ligada às comunicações móveis.

De acordo com o relatório apresentado pelo empresa de consultoria, a indústria wireless já não é propriamente emergente e o crescimento é residual para a sua «longevidade», sem receitas e lucros atraentes. No entanto, também não se pode considerar que tenha atingido já o ponto de maturidade. Aliás, pode ler-se nas conclusões do estudo que o sector «enfrenta uma crise de identidade. O velho modelo de marketing um-tamanho-serve-para-todos já não funciona e o novo mercado segmentado é desastrado, está em estado bruto e é claramente ineficaz».

Manter os antigos métodos, como por exemplo concentrar as atenções nos aderentes à rede como forma primária de sucesso, funcionou enquanto os números reais dos lucros não vieram à praça pública. Muitos dos segmentos de negócio estáveis da indústria ainda não ultrapassaram a fasquia dos 80 mil milhões de dólares. O Yankee Group lança, por isso, um sério aviso às operadoras a fim de evitarem as tentadoras fusões, que se revelaram um verdadeiro fiasco nas congéneres da rede fixa e no sector da Internet.

«As companhias de redes móveis enfrentam um presente claro e perigoso de competirem entre si até à morte», afirma Roger Entner, director do programa Wireless/Mobile Service do Yankee Group. «A concorrência desenfreada pelas tarifas, combinado com a incapacidade de fazer subir as taxas, torna a situação crítica. Cada vez que há guerra de preços é a lucratividade da indústria que está em causa, delapidando o valor não só das empresas mas do segmento como um todo», concluiu.