Actualmente, as redes sociais desempenham um papel fulcral na vida de milhões de utilizadores. Seja por motivos pessoais ou laborais, as redes sociais vieram demonstrar ao mundo que a tecnologia consegue ser utilizada para bons fins, aproximando as pessoas independentemente de se encontrarem a um metro ou mil quilómetros entre si.
…mas será bem assim?
Como em tudo, existem duas faces da moeda. Uma ferramenta – seja ela qual for – é sempre incialmente projectada para cumprir um determinado objectivo, contudo, a mesma pode ser utilizada para diferentes fins consoante a intenção e objectivos de quem dela faz uso.
O mesmo se passa com as redes sociais. Criadas com o propósito de aproximar os utilizadores independentemente da distância a que se encontram, conforme o desígnio de quem delas faz uso, as mesmas podem provocar efeitos nefastos na vida dos utilizadores.
Hoje listamos algumas vantagens e desvantagens das redes sociais, de forma a colocar o leitor em perspectiva relativamente a uma das melhores e simultâneamente mais perigosas ferramentas do mundo tecnológico actual.
CONECTIVIDADE À ESCALA GLOBAL
Logicamente a primeira vantagem a ser listada tinha de corresponder à aproximação dos utilizadores. À semelhança do propósito para o qual o telemóveis foram inventados, as redes sociais foram criadas para desempenhar um papel semelhante com muito mais opções do que simplesmente fazer uma chamada ou enviar uma mensagem.
Para além do envio de texto totalmente gratuito e instantâneo, as redes sociais permitem que os seus utilizadores tenham uma “voz” perante um número virtualmente ilimitado de utilizadores. A distância de milhares de quilómetros é encurtada para poucos “cliques” no rato e as informações e opiniões transmitidas por cada utilizador são partilhadas no momento, permitindo a criação de uma plataforma onde é possível trocar ideias, opiniões, gostos e interesses em comum.
DESCOBERTA DE PESSOAS
A segunda principal grande vantagem das redes sociais corresponde à possibilidade de descobrir perfis de pessoas cujo contacto foi em alguma altura interrompido. Aquele icónico professor do liceu de que todos gostavam, antigos amigos da primária ou a ex namorada que não vemos há vários anos – por vezes é melhor manter-se assim -, são pessoas das quais os utilizadores se podem reaproximar via rede social.
O Facebook é o melhor exemplo devido à sua abrangência global onde hoje em dia, poucas são as pessoas que com um computador e acesso à internet, ainda não criaram um perfil na rede social de Mark Zuckerberg. Devido aos seus milhões de utilizadores, o Facebook permite que se encontrem pessoas que em algum ponto do tempo cortaram o contacto pelas mais diversas razões, podendo através de poucos cliques no rato, retomar o contacto há tanto tempo perdido.
OPORTUNIDADES DE EMPREGO
As redes sociais não servem apenas o propósito de alimentar a esfera pessoal dos utilizadores. Também em âmbito de trabalho, as mesmas podem eventualmente desempenhar uma função crucial no que à procura de emprego diz respeito.
Através das redes sociais, é possível contactar com virtualmente qualquer pessoa que detenha um perfil através do envio de uma mensagem ou de um pedido de amizade, facilitando abismalmente o acesso a pessoas que, antigamente, era bastante mais dificultado. Com as redes sociais o contacto é imediato, eliminando todo o processo que antigamente envolvia “ter que conhecer alguém” para se conseguir falar com determinada pessoa que por sua vez, poderia influenciar a decisão relativamente à concessão de uma oportunidade de emprego.
Um excelente exemplo é o LinkedIn, uma rede social criada e direccionada especialmente para o ramo profissional, onde as pessoas criam o seu perfil com base nas suas competências e conhecimentos adquiridos, permitindo uma aproximação entre cargos diferentes de variadas empresas e, consequentemente, uma facilitação no processo de procura de emprego.
PUBLICIDADE GRATUITA
Outra utilidade fundamental de qualquer rede social, é a possibilidade de gerar publicidade de forma gratuita e com uma enorme abrangência. Quantas e quantas páginas vemos diariamente a publicitar informação no Facebook, LinkedIn ou Twitter de organizações sem fins lucrativos ou de grandes empresas que afectam o nosso dia-a-dia? Não existe melhor forma de atingir um número razoável de pessoas com informação do nosso interesse, do que fazer uso das redes sociais.
Actualmente as própras redes sociais disponibilizam serviços pagos de publicidade caso seja desejo do utilizador levar uma determinada publicação ou “post” um pouco mais além, consoante o número de pessoas que pretenda atingir.
Contudo, publicar o que quer que seja nas redes sociais, foi e ainda é totalmente gratuito, tornando-se actualmente numa ferramenta de marketing e publicidade praticamente obrigatória em qualquer negócio.
– DESVANTAGENS –
LIMITAÇÃO DO CONTACTO PESSOAL
Como já devem ter reparado, as redes sociais funcionam todas à volta da mesma ferramenta, o computador. Ao se passarem horas e horas atrás do computador, a socialização cara-a-cara diminui drasticamente, influenciando directamente a felicidade dos seus utilizadores.
É sempre diferente falar com as pessoas pessoalmente do que através de uma janela de chat no computador. Ao olharmos nos olhos das pessoas com quem falamos, compreendemos muito mais do que se apenas forem trocadas mensagens com a mesma informação. Percebemos intenções, comportamentos e atitudes, características que de outro modo passariam totalmente despercebidas.
Isto claro está, leva inevitavelmente a um isolamento que pode despoletar sintomas depressivos nos utilizadores. O contacto pessoal torna-se diminuto, afectando directamente as capacidades de socialização e em casos mais extremos, pode até levar a consequências bastante mais graves.
CYBERBULLYING
Se o bullying por si só pode atingir grandes dimensões imaginem o cyberbullying, onde no lugar de umas dezenas de pessoas estão milhares ou até milhões, a oferecer a sua opinião com o propósito de ostracizar um ou vários utilizadores em particular.
Esta corresponde a uma das principais características do outro lado das redes sociais, onde a vida dos utilizadores caso vítimas de alguma situação de cyberbulliyng, pode ser radicalmente afectada através da massificação de uma ou várias opiniões negativas a seu respeito, onde as “arenas de combate” são as redes sociais, cujas bancadas têm lugar para uma infinitude de adeptos.
ROUBO DE IDENTIDADE
Ao se registarem numa rede social, os utilizadores automaticamente providenciam informações que aos seus olhos podem não ser vitais, mas que com as intenções e conhecimentos certos, podem ser facilmente acessíveis e consequentemente duplicadas e alteradas de modo a tornar as suas vidas num autêntico pesadelo.
Apesar das constantes actualizações e adições de componentes que intentam aumentar a privacidade dos utilizadores, muitas informações infelizmente continuam a ser de ordem pública e, consequentemente, passíveis de serem roubadas.
PUBLICIDADE NÃO SOLICITADA
Já alguma vez receberam publicidade por parte de empresas, cuja solicitação da vossa parte foi inexistente? O Facebook por exemplo, apesar de ser uma rede social de utilização gratuita, como devem imaginar gera bastante receita.
“Como?” perguntam vocês. Pois bem, no caso das redes sociais, o que se vende não é um produto mas sim os seus utilizadores. A habilidade de definir um alvo específico para grandes empresas publicitarem os seus produtos é directamente providenciada pelas redes sociais, e constitui uma das suas principais fontes de rendimento.
Fazendo uso de algorítmos que pesquisam palavras-chave mais usadas por determinado utilizador, interesses etc, as redes sociais criam um “perfil” de utilizador que é posteriormente alvejado com publicidade acerca de determinado produto que se enquadra com as características desse mesmo perfil. Deste modo, apesar da utilização das redes sociais por parte dos utilizadores ser gratuita e não gerar receita directa para a empresa, todo o mecanismo em volta das informações e interesses providenciados pelo próprio usuário constituem informação vendível, que pode ser rentabilizada via publicidade.