Reembolso? Nem pensar!
O ministro finlandês das Comunicações, Kuimmo Sasi, propôs ao governo alemão devolver 400 milhões de euros a cada operador que tenha adquirido uma licença UMTS, aquando do leilão. Uma ideia carregada de boas intenções, dadas as condições financeiras em que mergulhou a germânica MobilCom, que já anunciou a rescisão de 1600 contratos de trabalho (um terço da força total) e o processo ainda só está no começo.
Mesmo assim, a resposta do ministério das Finanças de Berlim aos seus congéneres finlandeses não se fez esperar. “Trata-se de um pedido totalmente incompreensível, que revela um certo desconhecimento do processo de venda em leilão”, disse o porta-voz daquele gabinete. O Ministério das Finanças alemão disse que as licenças foram atribuídas em Agosto de 2000, no quadro de um procedimento de venda através de um sistema transparente de leilão, onde todos os participantes conheciam as regras à partida. Os seis operadores que saíram vencedores neste processo tiveram de desembolsar cada um cerca de 8,4 mil milhões de euros, o que constituiu um recorde mundial.
Por essa razão, “é importante que a União Europeia, e especialmente a Alemanha, reconheça que os leilões para o UMTS foram o maior falhanço político e industrial do pós-guerra”, sublinhou Sasi. É que os operadores endividaram-se para pagar a factura e estão actualmente numa situação financeira frágil, como a MobilCom, abandonada na semana passada pelo seu parceiro France Telecom, que se retirou do mercado alemão.
Aliás, até o executivo de Jacques Chirac já veio interferir no assunto (a France Telecom era accionista da MobilCom e teve de largar a sua participação por esta estar a arrastar a operadora francesa para uma situação de falência) ao colocar em causa o procedimento de venda por leilão escolhido pela Alemanha, afirmando que este contribuiu indirectamente para os maus resultados da France Telecom e da MobilCom.