Samsung SGH-E300

Relativamente desapercebido pelo público, o SHG-E300 posiciona-se com uma boa relação qualidade/preço, seja dentro da oferta da própria Samsung, seja comparativamente à concorrência. Um «clamshell» epítome de boa manuseabilidade…

Samsgung SGH-E300CARACTERÍSTICAS
Ecrã(s) : Dois TFTs. C/ resoluções de 128 x 160 (interno) e de 96 x 64 pixéis (externo). Ambos capazes de 65,536 cores
Dimensões : 3.7 x 46.3 x 23.4 mm para 96 gramas de peso
Câmara: VGA/COMS (640×40). C/ gravação de pequenos clipes vídeo c/ som.
Multimédia : Melodias polifónicas de 40 tons. Java MIDP 2.0
Messaging : SMS, EMS, MMS. WAP 2.0
Conectividade: irDa e cabo de série
Memória : Aprox. 5 MB (2000 entradas na agenda, 200 SMS; 4096 KB para fotos; 2048 KB para video; 1400 KB para MMS; 716 KB para melodias; 512 KB para Java, 100 KB para memos de voz (5 x 30 sec.)
Redes: GSM 900 / DCS 1800. GPRS classe 8 (4+1 canais); até 40 Kbps de download.
Bateria : Reclama entre 3.5 e 4.5 horas em conversação e entre 150 e 220 em standby .

O Melhor: Teclado espaçoso, TFT externo de 65K, grafismo cuidado.
O Pior: Memória limitada comparativamente com outros modelos da mesma marca, défice de «conectividade», antena externa.
Conclusão: Boa opção para quem prefira um «clamshell» e uma das melhores relações qualidade/preço da marca.

Durante o teste deste SGH-E300 tivemos a felicidade de ter simultaneamente em mãos o seu parente, versão slide-up, o SGH-E800. A comparação entre ambos ao longo deste «review» torna-se portanto inevitável, devendo nós admitir que, não fora sobretudo a disparidade da memória, algumas vezes sentimos a «balança» pender para o «clamshell».

De facto, ter um telefone deslizante ultra-compacto é agradável, sobretudo pelo «estilo», porém, alternando a utilização entre ambos, na prática, torna-se evidente que as teclas mais «bem escalonadas», deixando amplo espaço entre si, do E300, proporcionam uma experiência de uso mais «arejada», confortável e agradável.

A «superioridade» conceptual do modelo em forma de concha sai ainda reforçada pelo facto de, neste caso, o TFT interno encontrar pleno paralelo na qualidade do pequeno visor externo (capazes ambos de 65 mil cores), onde se resume o essencial da informação do estado terminal e se presta informação sobre quem liga sem necessidade de proceder à sua abertura.

Por acréscimo, o ecrã externo do E300 funciona ainda como «espelho» para efeitos de auto-retrato. Localizado sob a câmara, permite ao utilizador estender o braço e apontar a si próprio mesmo com o telefone fechado (sendo a câmara actividade por um botão de atalho lateral), fornecendo um «preview» da imagem e dispensando, com elevada vantagem, o clássico espelho côncavo.

Samsgung SGH-E300

Não é por acaso que os «clamshells» arrecadaram cerca de 37% das vendas mundiais de terminais móveis em 2004, esperando-se que se tornem maioritários, com uma fatia de mercado superior a 50%, até ao final de 2007.

Abundantes no portfolio da multinacional coreana, o sucesso dos modelos em forma de concha tem apenas paralelo na aposta por ela feita em fornecer TFTs de boa qualidade.

Em 2004 a Samsgung espera obter cerca de 9 milhares de milhões de dólares com o negócio dos LCD (14% dos quais provindos dos terminais móveis), tendo assumido publicamente a aspiração de destronar a Sharp e de se tornar o primeiro fornecedor mundial do sector no ano que agora entra (2005), muito à custa precisamente da conquista do segmento dos dispositivos de menor dimensão e da aposta na investigação tecnológica, com frutos como, por ex., a recente revelação do primeiro ecrã «3D» para telefones, capaz de mostrar sempre a mesma imagem, independentemente do ângulo por onde se olhe (uma das limitações dos TFTs actuais, recorde-se, por oposição a um «monitor normal», é a permeabilidade aos reflexos luminosos e a dificuldade em ver a imagem com boa qualidade afastando-se o utilizador da exacta «vertical» ao ecrã).

Samsgung SGH-E300

Fotografia e vídeo

No plano da captura de imagem o destaque do E300 vai para o facto de (contrariamente ao E800) permitir a captura de pequenos clipes de vídeo, sonorizados, até 30 segundos de duração.

No processo de «filmagem», o utilizador é auxiliado pela possibilidade de aplicar cinco passos de zoom bem como 3 passos de ajuste do contraste, a montante e a jusante da posição «normal». Estes ajustes estão igualmente presentes no modo de captura de imagens estáticas.

Em acréscimo, o software do telefone oferece um contador decrescente do tempo que resta para filmar (até 30 segundos, correspondentes a cerca de 261KB de volume de dados).

Os vídeos «caseiros» podem inclusive ser usados como protectores de tela!

A câmara evidencia boa qualidade. Estando disponíveis quatro modos de resolução (VGA 640×480, QVGA 320×230 QQVGA 160 k120 e Móvel 120×120) e outros tantos de «qualidade» (Económico, Normal, Fino e Super Fino).

Como «efeitos» susceptíveis de aplicação automática sobre a imagem, aquando da captura, estão disponíveis os modos cinzento, negativo, sépia, rascunho e relevo; aos quais acresce a possibilidade de aplicação de 16 molduras à escolha.

Para além do disparo normal, o telefone possibilita que se tirem fotos em disparos múltiplos em duas velocidades sequenciais (alta velocidade e normal) e três quantidades de fotos: 6, 9 e 15.

Estão ainda disponíveis uma opção «disparo nocturno» e um Temporizador de 3,5 ou 10 segundos.

Outra especificidade de louvar, já aludida, é o facto de o visor exterior funcionar como «espelho» para efeitos de auto-retrato.

Samsgung SGH-E300

Uma resolução máxima de 640×480, com boa qualidade, é no contexto presente o mínimo que se pode esperar de um telefone com câmara. Sendo «suficiente» não chega a ser «impressionante», sobretudo quando se sabe aquilo de que o fabricante é capaz, desde o anúncio recente do modelo SCH-S250, equipado com uma câmara CCD de cinco megapixéis e uma memória própria onboard de 92MB, a par da possibilidade de usar cartões adicionais; uma antevisão do «Bravo Mundo Novo» que se prepara e, mediante a convergência cada vez mais estreita dos telefones (já não com os PDAs mas agora preferencialmente) com as câmaras de vídeo, com frutos adicionais, por exemplo, na oferta de cabos para ligação e exibição das fotos no ecrã das televisões, possibilidades de ajuste fino da velocidade de disparo e outras manigâncias, já presentes nas câmaras digitais.

«Conectividade»

A ligação do E300 aos demais dispositivos (a outros telefones, directamente; a PCs etc…) é possível por intermédio da porta de infra-vermelhos incluída bem como como por cabo de série.

Infelizmente, como no E800 (veja-se as considerações tecidas no review deste neste sítio), o uso do irDA parece estar limitado ao envio de vcards (troca de contactos com outros telefones), não incluindo a possibilidade de envio, por exemplo, de imagens.

Ergonomia e Design

Samsgung SGH-E300O microfone do E300 está localizado num canto inferior da face interna. O problema da obstrução do som pelo encosto ao queixo do terminal – flagrante, por ex., no hoje histórico E100 – não chega porém a colocar-se dado o modelo ser mais comprido e estando o seu «centro de gravidade» (traduzido no local onde o utilizador tende a colocar os dedos para segurar o terminal) localizado na intersecção das duas metades.

É de notar a existência de uma antena externa. Facto que seria mal-vindo num modelo monobloco mas que se torna tolerável num clamshell, sendo obviado pela «esteticidade»: com o detalhe da extremidade espelhada da antena a marcar o contraste com o demais corpo cinzento fosco.

No início do presente artigo começamos por elogiar a generosidade de dimensões e espaço no teclado do E300 – teclas numéricas padrão mais duas teclas de navegação e ou tantas para as funções teclas on e off, com uma cómoda C (anular função) ao meio. Convirá ainda notar agora que o jogdial oferece quatro sentidos de direcção (aquando de uso dos menus) que duplicam como teclas de atalho (pré-definidas, no sentido dos ponteiros do relógio, como: Foto, Tom de toque, Memo de Voz (30 segs) e Msg), com uma de central profundidade, em tom azul, que alterna como tecla de selecção e atalho para acesso à Internet.

De resto o modelo inclui num dos lados uma tecla lateral para tirar fotos (que funciona inclusive quando o telefone tá fechado), sob as quais consta a porta irDA.

No lado posto encontramos um botão (+/-) de volume que duplicam como selector de ajustes fotográficos.

No topo superior, ao lado da antena, uma tampa deslizante cobre a entrada do auricular.

No topo inferior está localizada a entrada do carregador e a opção de ligação do cabo de dados.

Software e Messaging. Mobile Fun & Personalização

Os menus do SGH-E300 – disponíveis em três modos de disposição, à opção: «grelha», «filme» – especialmente rico em cores – ou «página») revelam grande cuidado e uma excelente qualidade gráfica.

No plano da navegação salienta-se a especificidade de, no menu, ao navegar entras as opções, para selecção, estarem disponíveis duas hipótese: entrar directamente no atalho que aparece no canto inferior direito, com a tecla respectiva; ou usar a tecla «I(nternet)» para aceder à integra do submenu (o que a maioria dos utilizador procurará por norma). Este funcionamento causa uma certa confusão até se perceber e a sua inclusão será porventura excessiva e redundante.

O menu principal reparte-se nas seguintes opções: Serviços do Operador, Registo de Chamadas, Serviços de Rede, Parâmetros de Som (opções de controlo desde o tom da tampa ao tom de contagem dos minutos), Mensagens (SMS. MMS, WAPPush – memória para 200 SMS e 1400 KB para MMS) , Caixa de diversões (navegador WAP, jogos, sons, imagens, Jogos (até 512KB) e 716 KB de Sons e Imagens), Alarme (memo de voz, câmbio, calculadora, tarefas…), Fotografias e Parâmetros do Telefone. Samsgung SGH-E300

A «Caixa de diversões» inclui 4 jogos: Fun3Link (cujo objectivo é construir um pipeline petrolífero c/ diversas opções de canalização/junção), Mobile Chess (que pode ser jogado contra o computador ou contra um oponente real), UltimateGolfChallenge e BubbleSmile (estes últimos comuns ao E800).

O ajuste das definições do visor inclui: imagem de fundo (as opções disponíveis incluem belos efeitos 3D como background), visor frontal (esquema de cores), definição de menus, luz de fundo (tempo em que se mantém activa após uso), Luz de serviço (LED frontal) c/ 5 cores: verde, vermelho, azul, azul mais claro, rosa/magenta.

A oferta base de toques do SGH-E300 consta de cerca de 24 (duas dúzias). A quarenta vozes (contra as 64 do E800) evidenciam boa sonoridade; presente também na alta-voz.

Bateria & Acessórios

O E300 que testámos vinha com uma bateria 3.7V Li-ion 350 mA. O fabricante reclama para a bateria padrão entre 3.5 e 4.5 horas em conversação e entre 150 e 220 em espera.

Os acessórios disponíveis incluem o necessário: auriculares (simples e de pescoço), adaptadores de viagem, Cabo PC Link (ligação por porta de série) e uma base de suporte para automóvel

Conclusão

Com menos visibilidade/divulgação junto do público do que a lograda pelo E800, o SHG-E300 posiciona-se com uma boa relação qualidade/preço, seja dentro da oferta da própria marca, seja comparativamente à concorrência. Embora, em termos globais, o E800 leve a palma (inclusão de «flash», maior memória…), o certo é que o seu acréscimo de preço é mais do que proporcional ao acréscimo de funcionalidade, sendo certo que a «usabilidade» do E300 chega a ser superior em vários aspectos.

Aliás, bem vistas as coisas, na prática, o tamanho de ambos acaba por ser muito próximo: 45 mm de largura para 23,4 mm de espessura no caso do E800 e 46,3 mm de largura para 23,44 mm de espessura pela banda do E300. Se o «slide-up» resulta na aparência «cómodo», o certo é que o «clamshell» é bem mais «confortável».