SGH-T100, o palminho de cara da Samsung
- Alexandre Talhinhas
- 16/07/2002
- Mobile, Samsung
128 por 160 pixéis capazes de 4096 cores, som polifónico, design opíparo e um bom conjunto de acessórios oferecidos por definição fazem este menino despertar em nós níveis impares de gulodice…
O T100 é um telemóvel que fascina tanto pela beleza como pelo pragmatismo: não tem infra-vermelhos, nem bluetooth nem nenhuma dessas «modernices» mais clamorosas para as quais por ora na prática pouca ou nenhuma aplicação existe. Em contrapartida oferece uma sólida e fiável ligação por porta paralela.
Senão paremos um instante para pensar: quantos computadores detêm ligação por infra-vermelhos? Abstraindo os portáteis (e mesmo assim os da marca Compaq e outros são refractários a este tecnologia) virtualmente nenhum no domínio dos desktops trás tal porta de origem.
E quanto ao bluetooth? As placas são raras e caras, o suporte no próprio Windows ainda não é plenamente assumido e alguma indefinição subsiste na preferência dada ao Wi-Fi nas redes locais sem fios. Assim sendo, de longe o mais fiável na ligação entre um telefone e um computador continua mesmo a ser boa e velha tecnologia com fios.
Este cabo de ligação é fornecido pela Samsung com o telefone em complemento a um conjunto de vulto de acessórios: duas baterias à opção do utilizador. Uma delas menos volumosa, capaz de suportar menos carga e outra ligeiramente maior e portanto mais durável.
Um auricular e uma correia de transporte estão também incluídos junto com um CD com generosa provisão de melodias e imagens com as quais o possuidor de um Samsung T100 se pode regalar a personalizar o seu terminal.
Sobre a questão das imagens um parêntese especial tem de ser aberto. O TFT do visor capaz de quatro mil e tantas cores repartidas por 128 por 160 pixéis é um regalo para os olhos. A luminosidade e a reprodução de gradientes são ímpares. As imagens, para além de estáticas, podem ainda ter o formato em movimento como se fossem um Gif animado com a sucessão de oito quadrículas.
O formato de transferência, feita com o software GSM Link incluido não é o GIF nem o JPG mas o igualmente comum BMP. O utilizador pode utilizar as imagens que quiser: fotos suas, dos seus etc…
Ainda com o CD nota especial também para as melodias, especialmente abundantes no departamento da música clássica (para além do ficheiro com o formato para o telefone o utilizador pode ouvi-las com alta qualidade no formato .asf). Elas permitem tirar o máximo partido de outra grande mais valia do terminal: o som polifónico de 16 vozes de excelente qualidade capaz ainda de reproduzir determinado tipo de efeitos especiais (por exemplo, uma bebé a balbuciar as suas primeiras palavras, um cão a ladrar, uma porta a bater etc…).
No plano da ergonomia destaque-se que o formato retráctil em forma de concha resulta especialmente bem. O tom prateado confere ao modelo um ar sóbrio e ao mesmo tempo extremamente elegante nas suas linhas arredondadas.
Excelente é ainda a inclusão, a par do visor TFT, oculto na parte interior quando o telefone está fechado, de um pequeno visor monocromático externo que anuncia a hora, quem chama, regista as chamadas e mensagens perdidas etc… No fundo, a informação fundamental sem obrigar a «abrir» o terminal.
Aberto, o T100 evidencia uma disposição de teclas muita prática. De tamanho generoso elas permite uma acção folgada do polegar sendo de destacar um conjunto que substitui com vantagem qualquer joystcik composto por quatro teclas de direcção em torno de uma tecla central de acesso directo à Internet (WAP apenas) e ladeadas de outras duas teclas de função/selecção (o telefone inclui ainda uma tecla lateral de regulação do volume).
Naturalmente com um LCD de tal calibre a navegação nos menus é excelente. Agrupados num total de nove grandes «janelas» a definição proporcionada é elevada tornando o usufruto do telefone numa experiência agradabilíssima.
É de destacar que o T100 não se limita ao SMS estando ainda dotado de tecnologia EMS que permite juntar imagens às mensagens. No plano do mobile fun é ainda compatível com os protocolos Nokia, permitindo receber assim a generalidade das imagens e melodias disponíveis na web para o formato dessa marca.
As funções de marcação por identificação de voz, permitindo chamar automaticamente o número de alguém apenas com a vocalização do seu nome constituem outra das grandes valias do modelo.
É de salientar – mais ainda – o carácter muito completo da Agenda, com um calendário generoso e múltiplas opções de tarefas e alarmes (diários, semanais ou pontuais…).
Neste plano só é de lamentar que o software que vem no CD que acompanha o telefone não permita fazer a sincronização com o Outlook.
Um compositor de melodias vem incorporado no telefone sendo ainda oferecidos dois jogos de acção – estilo Arcade – que retiram o máximo partido da cor.
Em suma: O Samsung T100 é o máximo que se pode esperar de um telefone de segunda geração sendo certo e seguro que a 2,5 ainda não tem preços; nem serviços/aplicações; nem massa crítica de utilizadores (e os telemóveis servem para comunicar não para o utilizador ficar a olhar para eles sem ter como os usar) viáveis a ponto de tornar verdadeiramente apelativa a adesão (até porque o GPRS tem o preço que se sabe).
Trata-se de um «telefone de charme» que cativa pela extrema usabilidade. A nosso ver só é mesmo pena a ausência do GPRS (mesmo na ligação por cabo) que, num futuro próximo (ainda dentro do tempo útil de vida do modelo), acreditamos, há-de baixar para preços que o tornem mais «interessante».
Hugo Valentim
Recordamos os leitores da possibilidade de acederem a mais detalhes sobre as «características» do telefone dando um clique nesse mesmo item no menu acima nesta página.