SMS às horas certas
Uma mulher de 47 anos, Avril Skiffers, de Woodstock, nos arredores da Cidade do Cabo, sofre de tuberculose. Uma das doenças que a Organização Mundial de Saúde já reconheceu que pode ser combatida se for medicamentada com a regularidade necessária, calendarização a que Avril está, obviamente sujeita. Às duas horas da tarde, diariamente, recebe um SMS no seu telemóvel alertando para a hora do medicamento: “Tome o seu Rifafol já”, pode ler-se no terminal.
Avril está, com mais 60 indivíduos tuberculosos, a fazer parte de uma experiência que só pode ser proporcionada pelo facto de haver comunicações móveis à disposição. Não fossem os telemóveis e Avril teria de se dirigir todos os dias à clínica onde está a ser seguida para recuperar da doença. “Era extremamente incómodo ter de me dirigir até lá, mas agora ficou tudo muito mais facilitado”, explicou Avril.
O autor do projecto denominado On-Cue Compliance, David Green, um médico de família da Cidade do Cabo, alargou já o raio de acção do serviço e tornou-o muito mais humanizado. Os clientes queixavam-se da frieza das mensagens, pelo que Green decidiu introduzir dicas sobre a própria doença, frases do dia, piadas e até algumas curiosidades. “Sabia que…Nelson Mandela também teve tuberculose?”, conta Avril que foi uma das informações que recebeu por SMS, quando lhe lembraram que estava na hora de tomar o medicamento.
Por enquanto o projecto ainda se encontra em fase experimental, mas o sucesso está a deixar bastante satisfeitos os seus responsáveis. Até porque os custos são extremamente reduzidos – custa 1,5 euros por mês, por cada paciente (cheap reminder, como lhe chamam) – e pode ser enviada na língua ou dialecto que o subscritor quiser: inglês, afrikaans ou xhosa.