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Sonaecom não teme “contra-OPA”

Paulo Azevedo está confiante.

Paulo Azevedo, que falava ontem à noite numa entrevista ao programa “Outras Conversas”, da SIC Notícias, disse que os potenciais interessados no capital da PT «chegarão à conclusão» de que o preço oferecido pela Sonae é alto, «e ainda mais alto porque os mercados têm vido a piorar, como é o caso do Brasil».

A PT e a Telefónica detêm o operador móvel brasileiro Vivo que, apesar de ser líder no segmento em que opera, tem vindo a perder quota de mercado.

Sobre o eventual lançamento de uma oferta concorrente por fundos de capital de risco associados a um investidor português, hipótese que tem sido referida na imprensa, Paulo Azevedo argumentou que os fundos só fazem estas operações com dois objectivos: comprar as empresas para vender activos ou tentar aumentar a rentabilidade operacional para revender dentro de três a quatro anos com um preço muito superior.

«Isto é contrário a tudo o que temos ouvido dos vários governos» e que justificou a criação da PT na lógica dos campeões nacionais e tem servido de argumento para manter a “golden share”, explicou o gestor.

«Se houver uma oferta maior do que a nossa, consideramos que já perdemos », concluiu Paulo Azevedo.

Venda da Vivo

O presidente-executivo da Sonaecom reiterou que o cenário da venda da Vivo à Telefónica é uma possibilidade em aberto, mas que não está nada decidido e que este será um assunto alvo de discussão.

Paulo Azevedo reafirmou que a estratégia de internacionalização que a PT tem seguido até agora não é aquela que a Sonaecom defende.

«Defendemos uma posição de controlo com a utilização da tecnologia GSM» , reiterou o gestor, garantindo que nenhuma das operações internacionais da PT «cumpre estes dois critérios».

Actualmente, a Vivo utiliza a tecnologia CDMA mas a PT já disse que, em breve, o operador também funcionará sobre a rede GSM.

Paulo Azevedo afirmou, mais uma vez, que a OPA lançada pela Sonaecom sobre a PT só fará sentido se a Autoridade da Concorrência (AdC) aprovar a fusão no móvel [Optimus+TMN], condição essencial para a operação ser concretizada.

O gestor assegurou que, se o entendimento da AdC for de oposição à fusão, a Sonaecom não vai contestar essa decisão.