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Sony Ericsson P900

A joint-venture nipo-sueca continua a explorar o filão do conceito smartphone com este novo terminal que sintetiza perfeitamente, em 150 gramas, a filosofia da convergência tecnológica.

A joint-venture nipo-sueca continua a explorar o filão do conceito smartphone com este novo terminal que sintetiza perfeitamente, em 150 gramas, a filosofia da convergência tecnológica. Porém, da mesma forma, poderíamos estar perante o segredo mais mal guardado de 2003, uma vez que os rumores sobre o sucessor do P800 revelaram-se verdadeiros depois da apresentação no mercdo. Pouco tempo antes antes das festividades natalícias, a incerteza chegou ao fim e o nome definitivo ficou P900, e não P810 como era referido nos já referidos rumores.

Morfologia

Em termos de design, à primeira vista, podemos concluir que a diferença entre o P800 e o seu sucessor não é assim tão grande. Algumas pessoas a quem mostrámos o terminal afirmaram que este parecia ser um pouco austéro, e sem grande impacto visual. De facto, os materiais usados e o próprio formato do terminal conferem-lhe uma austeridade mais próxima de um PDA do que de um telemóvel. Mas é porventura este tipo de desenho que mais agrada ao segmento empresarial e profissional. Da mesma forma, as formas do P900 transmitem uma ideia de alta tecnologia e de resistência. 

A tampa, que se dobra sobre o visor, sensivelmente até metade do mesmo, pode ser retirada com facilidade; o lápis como meio de introdução de dados; o jog-dial que ajuda à navegação através dos menús e gere o volume do terminal; o visor de dimensões generosas; a plataforma Symbian; são algumas das características que o P900, o último modelo UIQ da casa nipo-sueca, herdou do P800.

As teclas prateadas do flip amovível e dobrável são mais agradáveis ao tacto do que aquelas presentes no P800. Ao dobramos o flip, a imagen do visor “encolhe” ajustando-se ao novo formato. Desde logo se nota que a superfície do ecrã com o flip fechado á maior no P900 do que no P80o. Para além disso, as teclas já não tocam no visor, uma vez que o teclado é totalmente electrónico.

A porta IrDA está situada na parte lateral esquerda, ao lado do botão para ligar/desligar. Nesse mesmo lado, podemos encontrar o jog-dial, «rodela» com a qual podemos, para além de regular o volume do toque, navegar pelo menú quando o flip esteja fechado. A entrada para o kit mãos livres encontra-se posicionada por cima do jog-dial.

O cartão Memory Stick Duo está alojado na parte lateral direita, juntamente com mais duas teclas; uma de acesso directo à câmara VGA e outra para navegar directamente na Net. O lápis, de formato mais convecional em relação àquele que equipava o P800, possui um compartimento na parte superior. A câmara VGA, situada na parte posterior, conta com um pequeno espelho que serve de ajuda no caso de se querer tirar auto-retratos. 

Componentes

A primeira coisa que chama à atenção deste terminal é, sem dúvida, o visor. Este último é capaz de debitar até 65,536 cores, o LCD táctil possui uma resolução de 208 x 320 pixéis. Em termos de iluminação e contraste, podemos dizer que este é de grande qualidade e que responde perfeitamente ao toque do lápis.

Em termos de memória, a interna é agora de 16 Mb, o que significa mais 4 Mb em relação ao seu antecessor. No entanto, este é um dos pontos negativos deste terminal, pois em certas ocasiões manifiesta-se insuficiente. O recurso ao cartão de memória que vem de série proporciona-nos um total de memória 48 Mb, sendo que o mesmo possui 32 Mb de capacidade. Do total de memória interna do terminal, os tais 16 Mb, apenas 8 Mb estão à nossa disposição. Não obstante, a memória pode ser ampliada com Memory Sticks Duo com maior capacidade de armazenamento, disponíveis nas lojas, claro.

A câmara VGA permite realizar fotografias em três diferentes formatos : 640 x 480, 320 x 240 e 160 x 120 pixéis. Do mesmo modo também existe a possibilidade de realizar fotografias em três tipos de qualidade: alta, normal e baixa. 

É também possível realizar pequenos clipes de vídeo com uma resolução fixa, embora seja possível escolher entre três tipos de qualidade de imagem e três tipos de qualidade sonora. Os níveis de contraste, brilho e outros são realizados de uma forma bastante convencional.

O lápis que vem incluído neste terminal tem padece do mesmo mal deste tipo de stylus: são um pouco incómodos de usar debido à sua fina espessura. 

Desempenho

A experiência de manejar durante uns dias este prodígio da convergencia tecnológica foi realmente positiva. Tentando ser objectivo, a verdade é que é muito fácil introduzir informações e interagir com o terminal. Deixando-nos invadir pelo mesmo espírito de curiosidade, expectativa e euforia que se apoderou da nossa redacção ao recebermos o P900, esquecemo-nos por um momento o espírito «científico» da crítica. Posteriormente, este episódio provocaria um debate interno sobre postulados epistemológicos, felizmente.

Este breve passeio pelo lado negro da tentação permitiu-nos descobrir as funções multimédia do P900, principalmente no que diz respeito à reprodução de vídeo e música. O software de reprodução de vídeo é o PacketVideo, embora nos próximos produtos da Sony Ericsson o software que será utilizado será o pack da RealNetworks.

Por outro lado, a funcionalidade de reprodução de música permite editar listas de audição e mover arquivos de uma lista para outra. Os formatos áudio que o P900 suporta são MIDI, AU, AMR, WAV e MP3. Em termos de vídeo, é também possível visualizar MP4.

Posteriormente testámos a funcionalidade de reconhecimento de escrita, tentando enviar um e-mail para a nossa conta de correio electrónico. O resultado foi que esta funcionalidade se revelou insuficiente, pelo que, cada vez que tivemos de escrever utilizámos o teclado virtual em vez da primeira. Mas estes dois não são as únicas maneiras de introduzir dados no telefone. Obviamente, é possível utilizar as teclas do flip fechado para tal efeito. Ainda no terreno das funcionalidades, convém destacar a de e-mail, extremadamente avançada, uma vez que podemos enviar em anexo, para além de uma mensagem escrita no bloco do P900, uma foto, um arquivo áudio e até um vídeo.

A recepção do P900 é extremamente boa, e parece que foi alvo de atenção redobrada por parte dos engenheiros da Sony Ericsson. Nos casos em que a recepção de sinal se tornou difícil ou escasseou, a conversação não sofreu qualquer tipo de interferência. Mas não há milagres, quando a rede falha a chamada vai obviamente abaixo.

Obviamente, o aspecto mais cuidado deste pequeno aparelho de alta tecnologia é sem dúvida a conectividade. A interacção entre o terminal e o computador (principalmente) é um elemento previlegiado. A ligação à Internet utilizando o browser Opera – que vem incluído de série no P900 – é realmente digno de referência. A ligação do terminal foi feita ligando o «cradle» (base) via USB ao computador. A sensação que tivemos é que estamos um passo atrás do PC em termos de definição gráfica devido à falta de memória RAM, mas ao mesmo nível em termos de rapidez e conteúdos. 

Naturalmente, as portas IrDA e Bluetooth estão igualmente presentes. O teléfono vem inclui um «cradle» que permite gerir os arquivos do terminal através do computador, uma vez que se liga via porta USB. Da mesma forma, é igualmente possível fazer cópias de segurança dos arquivos do telefone e sincronizá-los com o Outlook. 

Opinião

Estamos na presença de um excelente terminal, especialmente para todos aqueles que fazem uso intensivo das funcionalidades mais empresariais. Para aquelas pessoas que pretendam comprar um terminal para «ostentar» recomendamos outras opções mais económicas e mais simples. Não vale a pena gastar o que custa um P900 para impressionar os seus amigos. Definitivamente, este é um terminal com um desenho sóbrio que cobre todo um mundo multimédia por disfrutar.

A única crítica possível poderá prender-se com a falta de memória interna, que lhe permita competir em igualdade de circunstâncias com a nova generação de PDAs, pois os 16 Mb revelam-se, em certas ocasiões, insuficientes. No entanto, ao testarmos o terminal, apercebemo-nos que a tão ansiada convergência não anda assim tão longe. É fácil esquecermo-nos que estamos a manejar um telefone, e não um computador de bolso.