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A indústria musical está mais lucrativa. Mas há trabalho a fazer

Em 2015 os serviços de streaming musical registaram lucros “massivos”, escreveu a Reuters.

 

Imagem: Future Music Festival 2013 © Flickr/Eva Rinaldi

O streaming, ou a transmissão de música, nunca esteve tão popular.

E agora está finalmente a tornar-se rentável.

Segundo dados divulgados na terça-feira pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), em 2015 este tipo de serviços viu aumentar os seus lucros.

A Reuters chegou mesmo a classificar este aumento como “massivo”.

 

Portanto: há coisas boas e menos boas a retirar disto tudo.

Primeiro vamos às coisas boas.

 

Em 2015 houve um aumento de 45% nos lucros da indústria do streaming musical.

45% é uma percentagem respeitosa e impressionante

Em especial numa indústria onde sempre se reconheceu algum potencial, mas que sempre foi olhada com algumas reservas.

No total, os rendimentos globais da indústria musical cresceram 3,2%, para 15 mil milhões de dólares.

 

Além disso, aumentou o consumo de música em todo o mundo.

Os culpados? Os smartphones, que continuam a crescer.

Também o aumento do número de serviços licenciados – e de qualidade – contribuiu.

Segundo a IFPI, em todo o mundo existem 68 milhões de utilizadores pagantes de serviços de streaming de música.

 

Este segmento também obteve mais lucros que os formatos físicos.

Os serviços digitais passaram a representar 45% dos rendimentos totais da indústria.

Em jeito de contraste, os formatos físicos estão representados em 39%.

No caso dos segmentos digitais, as receitas cresceram 10.2% em 2015, para 6,7 mil milhões de dólares.

A IFPI também diz que esta subida ajudou a sublinhar o declínio nas vendas de CDs e de outros formatos físicos.

De facto, o crescimento do streaming deu-se numa dimensão tal, que esteve muito perto de ultrapassar as somas geradas em downloads.

Mas o melhor?

 

Iinverteu duas décadas de declínio contínuo.

“Depois de duas décadas de declínio quase ininterrupto, 2015 testemunhou marcos históricos na indústria da gravação de música: crescimento global mensurável, mensal; aumentou em todo o lado o consumo de música; rendimentos do segmento digital a ultrapassar os dos formatos físicos pela primeira vez”, comentou Frances Moore, diretor-executivo do IFPI, citado na Reuters.

 

Mas ainda há trabalho pela frente.

A indústria ainda não é justa para artistas e editoras.

O IFPI vê isto como uma limitação do sistema, já que o consumo de música ainda não é rentável (pelo menos não de forma justa) para artistas ou editoras musicais.

Este cenário pode ser contrabalançado com legislação que impeça que serviços baseados em contribuições de utilizadores continuem a gerar receitas com base em conteúdo protegido por direitos de autor.