«Telavive, 02 Jun (Lusa) – Uma companhia norte-americana adquiriu por quase 970 milhões de contos uma empresa israelita que desenvolveu uma tecnologia revolucionária de optimização da utilização da fibra óptica para transmissão de dados. A Lucent Technologies – gigante das infra-esturas de comunicação – adquiriu a empresa israelita Chromatis, fundada há 3 anos em Petah Tikva, que desenvolveu uma tecnologia revolucionária que permite aos fornecedores de rede utilizar ondas ópticas apenas nos comprimentos de que necessitam pontualmente, mas também apenas onde e quando precisam. Este sistema, chamado SWDM, ou “selective wave division multiplex”, garante uma economia de custos significativa. Os sistemas de telecomunicação por fibra óptica baseiam- se na tradução da voz e de dados em sinais luminosos, por meio de raios laser. Os raios laser “viajam” dentro das fibras ópticas à velocidade da luz, transmitindo a informação por sinais ao ritmo de dezenas de milhões de sinais por segundo. Além disso, as tecnologias desenvolvidas nos últimos anos permitem enviar, através da mesma fibra óptica e ao mesmo tempo, diversas correntes de sinais ópticos em comprimentos de onda diferentes. As empresas de telecomunicações podem assim enviar informação, através dos seus canais principais, à velocidade de 80 gibabytes por segundo. Quando, porém, há necessidade de enviar simultaneamente informação sob formas diferentes e provenientes de tecnologias diferentes, a rede de fibras ópticas tem que tratar de forma diferente a informação que lhe chega, antes de a traduzir na linguagem das luzes. A solução até aqui era transmitir tipos de dados diferentes em comprimentos de onda diferentes, por exemplo, um comprimento de onda para texto, outro para o som, outro para a Internet, etc. Cada um desses tipos de dados recebe um espectro de comunicação inteiro, mesmo que o volume de informação a transmitir não ocupe a totalidade das possibilidades de transmissão desse espectro. O sistema Metropolis, criado pela Chromatis, permite anular esses espaços “reservados” na fibra óptica e preencher a totalidade do comprimento de onda, independentemente do tipo de informação a transmitir. Isto permite um aproveitamento muito mais eficiente da capacidade de transmissão da fibra óptica e fornecer, sobre a infra-estrutura existente, velocidades de comunicação muito mais elevadas. Este facto é muito importante para as empresas de telecomunicações, até aqui obrigadas a investir frequentemente na instalação de novos cabos, para se sobreporem aos “engarrafamentos” do serviço. A própria Lucent já havia chegado a uma tecnologia semelhante, porém muito mais cara e muito menos flexível e adaptável às diferentes necessidades dos utentes. O pagamento da aquisição será feito através da entrega de acções da Lucent, de que beneficiarão não só os investidores, como também os directores da Chromatis e muitos dos seus 150 trabalhadores.»