Telemóveis atropelam carros

Os maiores construtores de automóveis europeus advertem para a possibilidade dos telemóveis causarem interferência nos dispositivos electrónicos.

Os telemóveis podem causar disfunções nos dispositivos electrónicos dos automóveis mais sofisticados. Para a Audi, BMW e Mercedes, é bem possível que as ondas emitidas pelas telemóveis possam causar interferências prejudiciais nos sistemas electrónicos dos veículos. Aproveitaram para dizer que as respectivas marcas tem os seus próprios kits mãos livres que isolam os hipotéticos males.

Estamos muito próximos de assistir a um fenómeno curioso no mundo da mecânica: os carros estão a ficar de tal modo dependentes da electrónico que, não há-de faltar muito tempo para que os mecânicos sejam autênticos enegenheiros informáticos. Poderá levar o seu automóvel ao mecânico, exactamente no mesmo local onde manda arranjar o seu PC.

Mas avanços tecnológicos desta natureza têm os seus “quês”. Primeiro, vai deixar de poder levar o carro ao seu mecânico habitual, aquele amigo até jeitoso para a mecânica, porque não há chaves de fendas que abram a cabeça do motor. Um cabo de porta paralela seria o mais indicado. Segundo, porque com tanta electrónica, aumenta a sensibilidade dos dispositivos.

Foi por esta razão e por ter havido alguns casos menos felizes, que os maiores contrutores europeus de carros decidiram lançar um alerta aos seus clientes: usar telemóvel no carro, para além de distrair, pode causar graves avarias no sistema electrónico do veículo. E não é preciso ser um carro muito evoluído: basta que tenha ABS ou airbag.

Segundo a informação do jornal Público, tanto a Audi, como a BMW e a Mercedes já alertaram para o facto de poder haver problemas de incompatibilidades. E aproveitaram para aconselhar os seus clientes a comprar os kits mãos livres originais nas marcas, já isolados para evitar a interferência das ondas.

Os fabricantes de telemóveis é que nem querem ouvir falar do assunto. Dizem que isso não cabe na cabeça de ninguém e que os telemóveis não provocam quaisquer interferências. Até prova em contrário, são considerados inocentes. Já não bastava a guerra dos estímulos cerebrais, tinha ainda que aparecer a indústria automóvel a queixar-se.