Telemóveis como legos
Mais de um quarto dos telemóveis fabricados este ano não são feitos pelas marcas; são “encomendados” e montados como legos.
Para quem não está familiarizado com este regime de outsourcing, é a mesma coisa que comprar uma camisola oficial do Real Madrid, da Adidas, sabendo que ela foi feita numa qualquer garagem do Vale do Ave, apesar da etiqueta trazer as três listas da marca alemã a dizer “Made in Portugal” ou, com as novas regras do espaço económico europeu, “Made in EC”.
O mesmo se passa com os telemóveis, só que em proporções cada vez maiores e preocupantes. É que o mesmo estudo da Strategy Analytics prevê que em 2007 essa percentagem aumente para 38, à medida que as marcas de telemóveis quiserem baixar custos, flexibilizar a sua produção e procurar economias de escala.
Neste cenário, surgem fabricantes (na sombra do outsourcing) que se impõem no mercado, bem mais fortes pela sua importância na cadeia de fornecedores. É o caso da Flextronics que, em 2002, deverá chegar aos 42 por cento de quota, assumindo-se como a maior fabricante mundial contratada de terminais móveis. Segundo a Strategy Analytics, a produção de terminais móveis está dividida em dois campos: o daqueles que acreditam que o fabrico in-house permite às empresas maximizarem o controlo e minimizarem o risco, como a Nokia e a Samsung; e o daqueles que creêm que a produção em outsourcing lhes permite explorar economias de escala e a flexibilização, como a Sony Ericsson e a Alcatel. |
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