Telemóveis nos aviões em 2006
- Pedro Matos Trigo
- 17/09/2004
- Internet, Mobile, Tecnologia
Os ensaios com telemóveis GSM decorreram a bordo de um A320, durante um voo local na zona de Toulouse, em França, e permitiram testar questões de segurança do voo e do funcionamento dos terminais de telefonia. Assim, foram testados em simultâneo diferentes tipos de utilização GSM no modo de voz e de mensagens de texto, os quais demonstraram a possibilidade de estabelecer comunicações de e para telemóveis a bordo para e de telefones fixos e móveis no solo e, ainda, para outro telemóvel a bordo.
O software e o protótipo do equipamento usados nos ensaios foram desenvolvidos pela Airbus, em colaboração com a especialista em telecomunicações Icarelink. Os sinais emitidos pelo telemóvel foram primeiro direccionados para uma pequena estação na aeronave, ou «pico-célula», e depois para um servidor que os redireccionou para o solo através da rede de comunicações por satélite Globalsat e, finalmente, para as redes telefónicas terrestres.
A construtora aeronáutica declarou que estes ensaios, que chegaram a estar previstos para há cerca de duas semanas atrás , baseiam-se em tecnologias já existentes e marcam uma nova etapa na determinação de oferecer gradualmente novos serviços a um preço razoável aos passageiros e às companhias aéreas.
Caminha-se assim para o fim da proibição de utilizar telemóveis em voo, algo que é devido a razões alegadamente de segurança mas pouco explicadas. Aliás, já desde há alguns anos que a Airbus permite, em várias centenas de aeronaves, o envio de correio electrónico e SMS, na sequência de vontade manifestada pelos passageiros de negócios.
Por outro lado, a empresa acaba de realizar, também com êxito, os primeiros ensaios em voo de diferentes tecnologias sem fios e em simultâneo, na cabina de um A340-600. Esses testes concluem um programa de investigação de dois anos, levado a cabo pelo consórcio Wireless Cabin, liderado pelo instituto espacial alemão DLR e financiado pela Comissão Europeia. Serviço GSM, navegação na Internet, correio electrónico e rede privada virtual (VPN) foram todos objecto de ensaio em voo. Foi igualmente testada a intranet a partir de servidores a bordo, assim como os assistentes numéricos pessoais (PDA) destinados à utilização pela tripulação.
Entretanto, a telemedicina sem fios, incluindo a simulação de uma urgência, apontou para a prioridade deste tipo de comunicação sobre os outros serviços. Evitará procedimentos secundários inúteis numa emergência, permitindo um diagnóstico definitivo realizado à distância, a partir do solo, por um médico especialista que, então decidirá sobre a necessidade ou não de desviar o avião e fazê-lo aterrar.