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Telemóveis Piratas na China são um Sucesso

Na China, dezenas de vendedores felizes vendem cópias de telemóveis da Nokia, Apple, Samsung e Motorola. Os dispositivos são muito parecidos com os originais e são conhecidos por Shanzhai.

Ainda que os telemóveis shanzhai existam apenas há cerca de 5 anos, eles já respondem por mais de 20% das vendas na China, que é o maior mercado de telemóveis no mundo. Avanços tecnológicos permitiram que centenas de pequenas companhias chinesas, algumas das quais com apenas 10 funcionários, produzissem os chamados “shanzhai”, ou telefones piratas, vendidos muitas vezes por apenas US 20 dólares. A IDC avançou que o mercado dos telemóveis piratas está em franca expansão, disse Wang Jiping analista nesta empresa que acompanha as tendências da tecnologia, e que esclarece “Os chineses fazem cópias da Apple, Nokia, o que se quiser, e respondem rapidamente às preferências do mercado”. Os grandes fabricantes têm manifestado o seu desagrado, tendo vindo a pressionar o governo da China para aplicar medidas de controle e de repressão sobre a produção desenfreada de telemóveis “Shanzhai”. Preocupadas, estas empresas alertam ainda para os perigos que podem advir destes telemóveis que representam riscos para a saúde, a título de exemplo servem as baterias que podem explodir pela sua falta de qualidade e segurança. A imprensa chinesa relatou que um homem de 45 anos no sul da China sofreu severas queimaduras depois do seu telemóvel ter explodido no bolso da camisa. Marcas como a Nokia, o maior fabricante mundial de telemóveis, a Motorola, estão a posicionarem-se no combate à pirataria junto do governo central da China. No entanto, a forte concorrência destes dispositivos piratas não se aplica apenas às empresas internacionais. Fabricantes chineses também se queixam da vantagem destas empresas clandestinas, que não pagam impostos, taxas, e não se submetem a qualquer espécie de regulamentação. “Os shanzhai estão a prejudicar-nos muito”, disse Chen Zhao, director da Konka, uma fabricante chinesa de telemóveis. “Os fabricantes legítimos de telemóveis pagam 17% de sua receita como imposto sobre valor adicionado, mas os fabricantes dos shanzhai evidentemente escapam a tudo isso”. Até agora, porém, a China pouco fez para acabar com a proliferação de falsos telemóveis, existe mesmo publicidade televisiva a estes telemóveis durante a noite que apela ao preço mais barato versus as mesmas funcionalidades e puxa pelo sentimento patriótico “compre shanzhai para mostrar que ama o seu país”. No mês passado, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação alertou os consumidores sobre os riscos dos aparelhos shanzhai, afirmando que “sua radiação em geral excede os limites”. Mas os alertas não parecem afectar as vendas ou o interesse nestes telemóveis de baixo custo e igual aparência aos originais. Estes dispositivos são também exportados ilegalmente para outros mercados como a Rússia, Médio Oriente, Europa e até Estados Unidos. Paralelamente, a concorrência leal é uma outra das questões que se coloca. Recentes marcas chinesas como a Meizu, concorre directamente com a Apple, tem vindo a afirmar publicamente: “O nosso dispositivo é melhor que o iPhone”, disse Liu Zeyu, vendedor da empresa em Shenzhen. “o objectivo é criar um telemóvel que seja motivo de orgulho para os chineses”, acrescenta.