Telemóveis: um lixo preocupante

Ao ritmo de substituição de telemóveis, só nos Estados Unidos, em 2005, haverá 130 milhões de aparelhos abandonados por ano.

A esperança média de vida de um telemóvel nos Estados Unidos rondam os 18 meses, isto é, os norte-americanos mantêm o mesmo aparelho durante um ano e meio, adquirindo outro de seguida. E à medida que as comunicações móveis vão ganhando mais adeptos do outro lado do Atlântico – recorde-se que os EUA ainda têm uma taxa de penetração muito baixa, quando comparado com a Europa -, maior é o número de telefones móveis que vão ficando “encostados às boxes”.

A questão fica ainda mais preocupante se tivermos em conta que os materiais usados para a sua produção são altamente tóxicos, quando incinerados. Aliás, este ponto está a ser alvo de uma revisão por parte dos fabricantes, principalmente os europeus e japoneses, que já confirmaram a redução dos componentes retardadores de chamas, ricos em elementos de halogéneo. Há um compromisso dos referidos produtores em reduzir esses elementos nocivos, mas não se falou em eliminá-los.

Apenas a Austrália tem uma política concreta para a reciclagem e reutilização de telemóveis. No Velho Continente, onde se registam as maiores taxas de penetração do mundo, a questão ainda está a ser avaliada ao nível da União Europeia. A grande dor de cabeça vem mesmo dos Estados Unidos, onde o número de aparelhos aumenta significativamente todos os anos e ainda não existem compromissos para resolver a questão dos aparelhos obsoletos. À semelhança do que aconteceu com o Protocolo de Quioto, o ambiente, de facto, não é prioritário para George W. Bush.