Parece que “estar ao telemóvel” não é um comportamento nocivo exclusivo de quem está atrás do volante. Quem anda a pé também peca, e se magoa, quando troca mensagens, fala ou ouve música no telemóvel.
Apesar do Safety.com não precisar o número de acidentes directamente relacionados com este comportamento, dá-nos os exemplos de algumas localidades nos Estados Unidos ou Reino Unido que proibiram o envio de mensagens enquanto caminha para evitar acidentes. Em alguns casos, fatais.
O lançamento do ‘Pokémon Go’, em Julho de 2016, também sjudou a provocar a sua quota parte de acidentes. “As pessoas parecem não ser capazes de caminhar sem estarem a fazer alguma coisa nos seus telemóveis”, escreve Sandra Levy na Health Line.
Conclusão: é difícil conseguir dar atenção ao ambiente que nos rodeia quando temos todo um universo de estímulos e notificações mesmo debaixo do nariz (ou dentro do bolso).
Um cidadão norte-americano consulta o seu telemóvel, em média, 47 vezes por dia; se fizer parte da faixa etária 18-24, esse número aumenta para 82 vezes. “O nosso telefone é uma reacção ao mundo hiper-conectado em que vivemos”, explica o estúdio no vídeo da NowThis, disponível mais abaixo.
Para contrariar este problema, o estúdio londrino Blond Design Studio decidiu propor um conceito chamado “The Mindfulness Phone”. A ideia é oferecer um dispositivo apenas com funcionalidades essenciais. O acesso à internet também se encontra incluído aqui, mas em doses faseadas.
Os estúdios estão sediados em Londres e querem “ajudar a combater o nosso vício colectivo”. O conceito vem equipado com um teclado alfanumérico, semelhante ao dos telemóveis tradicionais. O ecrã é opaco.
Por enquanto é apenas um projecto conceptual e não se encontra disponível para venda.
Um telemóvel destes certamente contraria a tendência verificada em Portugal, onde 72% dos utilizadores acedem à internet através de dispositivos móveis, segundo dados do INE de Novembro de 2016. De facto, em Portugal os telemóveis já são os meios preferidos para aceder à net, à frente inclusive dos comutadores portáteis.
O estudo do INE é unânime em afirmar: “os equipamentos mais usados para aceder à internet são o telemóvel/smartphone (78%) e o computador portátil (73%). Em 2016, 72% dos utilizadores acederam à internet em mobilidade; esse valor era de 35% em 2012”.