O grupo Matsushita, proprietário das marcas National e Panasonic, voltou pela porta grande ao comércio em massa dos telemóveis. Pelo menos, a proposta com que surgiu no mercado é altamente tentadora. Um telemóvel com apenas 19 milímetros de espessura, dobrado (quer dizer fechado, pois os asiáticos são apaixonados por modelos de duas peças) que a empresa espera ser a sua tábua de salvação.
Recorde-se que no ano passado, a Matsushita viu a quota de mercado descer de 27 para 17% das vendas, não só por causa do ambiente económico que se vivia, mas porque a sua maior rival, a também japonesa NEC, viu “roubar-lhe” uma importante fatia de consumidores, com os seus modelos de terceira geração. Aliás, uma estratégia que fez catapultar a NEC para outros voos, designadamente avançar para o mercado europeu onde conseguiu importantes contratos com operadores do velho continente.
A Matsushita teve um projecto, no ano passado, chamado P503, e custou qualquer coisa como 330 milhões de dólares e que, pelos resultados das vendas, deixou a companhia em maus lençóis. Curiosamente, e até pode ser considerado uma espécie de justiça poética, poderá ser a evolução do modelo que “enterrou” a Matsushita a trazê-la de novo à tona.
A situação do grupo é de tal forma preocupante que está a ser ponderada a possibilidade da Matsushita adquirir a sua unidade de comunicações móveis, a Matsushita Electronics Industrial Co. Ltd. para esconder as perdas registadas em 2001 e as previstas para 2002.