TMN quer alcançar 51% do mercado
Para atingir esse objectivo, Iriarte Esteves afirma que a operadora vai fazer uma forte aposta na melhoria da qualidade do serviço A TMN quer consolidar em 1999 a posição de liderança no mercado, estabelecendo como meta uns “ambiciosos” 51% dos prováveis 4,5 milhões de clientes de telemóvel, de acordo com as projecções de Iriarte Esteves. O presidente da empresa, que falava numa conferência de Imprensa para divulgar os resultados da empresa no exercício de 1998, defendeu que os utilizadores de telemóvel em Portugal serão entre 4 a 4,5 milhões no final de 1999, ultrapassando o número de terminais em serviço na rede fixa. Para já, a operadora do serviço móvel da Portugal Telecom conta com 1,425 milhões de clientes, número que deverá subir para 1,500 milhões já em Março, segundo Iriarte Esteves. Reconhecendo que se trata de um objectivo “difícil” de alcançar, Iriarte Esteves adiantou que a empresa vai fazer uma forte aposta na melhoria da qualidade do serviço, para a qual destina investimentos entre 35 e 50 milhões de contos. A “grande preocupação da TMN para 1999 será precisamente a da “melhoria drástica do serviço”, ampliando a rede, mas também “incorporando as mais avançadas tecnologias disponíveis”, afirmou. Para o presidente da empresa, o montante dos investimentos realizados nos últimos anos – que poderão ultrapassar os 100 milhões de contos entre 1997 e 1999 – demonstra bem a “determinação” da TMN no que diz respeito ao “posicionamento no mercado”. Além da aposta na qualidade, a TMN pode continuar em 1999 a política de redução de preços, já que o presidente considera haver ainda “muita margem de manobra” neste campo. O custo de aquisição de cliente, que inclui a subsidiação do equipamento e o esforço com publicidade, entre outros factores, foi de 15.600 escudos por cliente em 1998 e já representou uma redução de 36% em relação ao ano anterior, disse. A continuação da tendência para a baixa dos preços – que em 1998 se situou, em média, nos 26% – justifica-se com a economia de escala nas operações que é proporcionada pelo crescimento do número de clientes, além da redução dos preços dos equipamentos. No entanto, Iriarte Esteves pretende gerir o mecanismo da redução dos preços “consoante a concorrência”. “A Optimus entrou no mercado tendo como estratégia a redução de preços, mas neste momento não tem um único melhor preço que a TMN e a Telecel”, afirmou, acrescentando que, se “quiserem continuar nessa estratégia, terão que reduzir muito drasticamente os preços”. Na certeza porém que “a TMN nunca vai dar essa vantagem à Optimus”. “Quem tem mais margem de manobra para introduzir alterações radicais no mercado são as duas operadoras já instaladas. A ‘guerra dos preços’ será sempre muito mais perigosa para a Optimus”, advertiu. No que diz respeito às ligações com a rede fixa, Iriarte Esteves exclui a possibilidade de uma redução mais acentuada dos preços no tráfego nacional, mas considera-a provável nas ligações internacionais. Crescimento de 80% Os resultados líquidos da operadora móvel TMN ascenderam a 20,224 milhões de contos em 1998, o que corresponde a um crescimento de 80% em relação ao ano anterior, anunciou a empresa. Em 31 de Dezembro de 1998, o número de clientes da TMN, empresa do grupo Portugal Telecom, totalizava 1.425.676, traduzindo um crescimento superior a 87% durante o ano em apreço. Os proveitos operacionais ultrapassam os 111 milhões de contos, mais 47 % do que em 1997 e os resultados antes de impostos atingiram os 31,3 milhões de contos, registando um crescimento de 111%. O investimento total realizado foi de 37,634 milhões de contos, mais do que duplicando o montante investido em 1997 (16,4 Mc). De acordo com a empresa, este reforço do investimento traduz a aposta da TMN na expansão da rede e na melhoria da qualidade e cobertura dos seus serviços. O plano de investimentos contemplou a instalação de 637 novas estações base (antenas), entre as quais 76 de tecnologia DCS 1800 em zonas urbanas. No final do 1998, a TMN dispunha de 1.344 estações digitais. A estratégia utilizada conduziu ainda à alteração do preço dos serviços, cuja redução média foi da ordem dos 26%, e da qual resultou um acréscimo de 664 mil novos clientes durante o ano. A receita média mensal de serviços por cliente decresceu 29,8%, situando-se nos 7.310 escudos, mas o “cash cost” por cartão médio mensal foi de 3.985 escudos. O “cash-flow” operacional da TMN foi de 40 milhões de contos (cerca de 90% superior ao de 1997), representando 36% dos proveitos operacionais da empresa.