Steven conheceu o co-fundador do Twitter, Evan Williams, quando ele estava a lançar o Blogger.com. Nessa altura, aquilo que preocupava as pessoas era a ameaça dos posts, as conversas informais em dois parágrafos, a substituição dos grandes períodos, e dos longos artigos. Com o Twitter estava a lançar-se uma plataforma de comunicação limitada a poucas frases. E a seguir? Software que através de uma marca de pontuação definia o seu estado de humor.
Tem corrido rios de tinta acerca esta comunicação em 140 caracteres que envia informação actualizada e o mundo inteiro pergunta: porque que raio é que precisamos disto? O que é verdade é que provavelmente há cerca de 4 anos estávamos todos sentados a coçar a cabeça e a perguntar como seria bom se pudéssemos enviar uma mensagem aos nossos amigos em tempo real sobre a taça de cereais que estávamos a comer ao pequeno almoço. Suspirávamos por nova tecnologia.
E tal como milhões de devotos descobriram, o Twitter acabou por ser muito interessante. Em parte porque saber o que os nossos amigos comem ao pequeno almoço pode ser mais interessante do que parece. O escritor Clive Thompson chama este fenómeno de “consciência ambiental” – ao seguir-se de uma forma rápida e abreviada o estado de espírito dos membros da rede social, a pessoa estranhamente recebe uma espécie de satisfação das suas vidas diárias. Ninguém inicia um telefonema a perguntar coisas deste género a um amigo. Mas o Twitter dá essa informação sem sequer termos perguntado.
A comunidade Twitter cresceu cerca de 900% no ano passado para mais de 5 milhões de utilizadores, diz o New York Times. E há quem esteja a desesperar por não conseguir deixar o Twitter como se fosse um vício de grande dependência. Lev Grossman nas sua crónica refere como gosta de seguir uma escritora, de saber o que ela come, notícias do seu cão, comentários dela sobre o Twittering dos outros, e sente uma espécie de calor com se estivesse na sua presença etc. Acontece que este seguidor já afirma que à medida que se vai interessando na vida dela, menos atenção presta à sua.
O calor social provocado por estes pequenos detalhes não deve ser subestimado. Existe algo de profundo no que aconteceu ao Twitter nos 2 anos passados, algo que abraçou o Twitter que é revelador de uma cultura que fez com que o Twitter se desenvolvesse a tamanha velocidade. Sim, a brincadeira do pequeno almoço tornou-se mais interessante do que se imaginou. Mas o mais importante ainda é como é que as pessoas utilizaram o sistema de uma forma que nem os seus criadores alguma vez sonharam.
Em resumo, o que há de fascinante no Twitter, não é só o que ele nos está a fazer, é o que nós estamos a fazer-lhe.