Um oásis chamado UMTS
O sistema UMTS está a tornar-se numa autêntica miragem para o panorama das telecomunicações móveis. Desta vez foi o grupo bancário CSFG que apresentou dez razões para provar que a terceira geração de telemóveis foi um fracasso para as empresas operadoras. Se arrependimento matasse…
Ninguém podia adivinhar a crise no sector dos semi-condutores, que arrastou não só a indústria dos computadores, como de todos os aparelhos electrónicos, nomeadamente os telemóveis. Além disso, esperava-se que os prazos das licenças fossem cumpridos, o que nem de longe nem de perto está para acontecer.
O ano de 2002 deveria marcar o início do 3G por toda a Europa, mas o mais certo é haver um “adiamento”, por tempo indeterminado, da entrada em vigor do novo sistema multimédia de telecomunicações móveis.
O grupo bancário apresenta dez razões para justificar o fracasso do UMTS, principalmente na Europa. Em primeiro lugar, o preço exorbitante pago pelas respectivas licenças de operador. Dinheiro que fará muita falta para montar uma rede demasiado complexa e que até os próprios japoneses tiveram dificuldade em acertar os respectivos ponteiros.
Os aparelhos também são uma fonte de preocupações para os operadores. Primeiro o preço; mas há uma outra questão a colocar e que não será do agrado para ninguém. Segundo experiências com o modelo da Matsushita, a bateria de alimentação dura, em conversação entre 20 a 30 minutos. O ecrã LCD que permite a visualização de imagem não é nada económico, o que dá conta dos recursos energéticos do aparelho num instante. Algo que os fabricantes terão que rever…e rapidamente.
Além disso, há os rumores das velocidades prometidas não estarem a ser cumpridas, para além dos custos das partilhas e dos problemas ambientais que alguns países enfrentam, pelo facto do UMTS necessitar de antenas em número duas vezes superior ao GSM.
Por tudo isto, é bem provável que o velho GSM com recurso ao dual-band e tri-band esteja para durar ainda mais uns anos largos. Aliás, o mesmo grupo bancário que apresentou as razões para o fracasso do UMTS, também faz uma previsão e muito pouco optimista para os operadores: o sistema 3G só estará disponível na Europa em 2004 e só será um mercado massificado em 2006.
Quanto ao arranque, os portugueses até nem se importam muito, já que nesse mesmo ano decorre no nosso país o Campeonato da Europa de Futebol e, à semelhança do que acontecer com os maiores operadores asiáticos – que se vão servir do Campeonato do Mundo no Japão e na Coreia, para o ano, para promover o 3UMTS – pode ser que o mesmo se passe aqui. E Portugal sirva para o pontapé de saída do UMTS europeu.