UMTS: Custo das licenças pode ter hipotecado o desenvolvimento da tecnologia
O comissário europeu para a Sociedade da Informação Erkki Liikanen afirmou a um jornal espanhol que as “enormes somas” pagas pelas licenças UMTS podem ter hipotecado o desenvolvimento desta tecnologia. Em entrevista publicada hoje pelo jornal económico La Gaceta, Liikanen lamenta que os Quinze não tenham conseguido chegar a acordo sobre o modo de atribuição das licenças UMTS, notando que a dispersão registada é negativa para o desenvolvimento da tecnologia. “Com as ultimas atribuições de licenças cada país fez o que considerou mais oportuno, mas agora todos devem assegurar que a tecnologia comece a ser utilizada o mais depressa possível, e parece-me que o dinheiro pago por certas empresas para obter uma licença pode comprometer o desenvolvimento da nova tecnologia”, esclareceu o comissário. Liikanen garantiu, no entanto, que permanece “muito optimista” quanto à nova geração de telefonia móvel, apesar da sua implementação se adivinhar difícil. O dinheiro pago (pelas licenças de telefonia móvel da terceira geração) foi um investimento a muito longo prazo. O preço é muito relativo, pode parecer hoje caro, mas a implementação da tecnologia demonstrará as suas potencialidades e provará que o investimento valeu a pena, acrescentou. Segundo Liikanen, a Europa tem “18 meses de atraso tecnológico relativamente aos Estados Unidos”, mas avança “para encurtar, pouco a pouco, a distância”. A norma UMTS (Universal Mobile Telecommunications Systems) vai possibilitar aceder à Internet em terminais móveis com uma qualidade muito semelhante à dos PC, além de permitir num único aparelho a recepção de dados, voz, vídeo e áudio, em banda larga, a velocidades da ordem dos 2Mbits por segundo, através da rede fixa, móvel e satélite.