UMTS disfarça crise
A grande maioria dos países europeus salvou o seu défice orçamental pela atribuição das licenças de UMTS. Em Portugal o encaixe foi de 80 milhões de contos, o que transformou um défice orçamental de 1,8% do PIB em apenas 1,5. Mas houve casos em que o défice se transformou em excedente, como foi o caso alemão.
Ao contrário do que foi feito em quase toda a Europa, onde os operadores se candidataram a uma das licenças disponíveis e foi o Estado a estudar as propostas, o governo alemão devidiu levar as autorizações de operar com telemóveis 3G a leilão. Foram seis as empresas vencedoras, com valores desembolsados entre os 7,6 e os 7,7 mil milhões de dólares. Um encaixe financeiro de 10 mil milhões de contos que fizeram com que o défice alemão (de 1,3%) se tornasse num excedente de de 1,2% do PIB.
Se houve alguém que ganhou, definitivamente, com a nova geração de telemóveis, esse alguém foram os respectivos Estados. Nem precisaram de investimento a curto ou médio prazo. Quer os utilizadores de telemóveis adiram ou não à nova tecnologia, 80 milhões de contos já foram garantidos nos cofres do Estado português. Se é que já não foram gastos.