UMTS por dias na Inglaterra

A terceira geração de comunicações móveis está prestes a sair para o mercado britânico… e não é a Vodafone a obreira.

A Hutchinson está no bom caminho para cumprir a sua promessa de chegar ao fim de 2002 com a terceira geração comercialmente disponibilizada. Para já, amanhã serão distribuídos cerca de um milhar de terminais UMTS para testes, disponíveis para todos aqueles que queiram experimentar a rede de alta velocidade. Os telemóveis de origem asiática, das marcas Nec – a quem a Hutchinsn 3G encomendou, no início deste ano, um milhão de terminais para entregas escalonadas – e Motorola, vão custar entre 700 e 900 euros.

Este anúncio vem contrariar todas as tendências do sector, que apontavam para mais um adiamento da entrada em funcionamento das tão faladas redes de terceira geração. No entanto, e na semana seguinte à austríaca Mobilkom ter declarado pronta a sua estrutura para lançar o serviço, a Hutchinson pode ter sido o empurrão necessário para que os restantes operadores abram caminho no mesmo sentido, sem obstáculos.

Recorde-se que a Hutchinson também desenvolve o mesmo sistema em Itália, pelo que os dois países podem ter a terceira geração a funcionar praticamente ao mesmo tempo. Aliás, em Itália, os reponsáveis pela filial da empresa já tiveram uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, em que chegaram a fazer uma demonstração real com um terminal 3G.

Quem parece ter ficado para trás no processo foram a Vodafone e a Deutsche Telekom, as maiores potências de comunicações móveis na Europa, até pelas suas subsidiárias espalhadas pelos restantes países do continente. Se, no caso da Deutsche Telekom, a explicação pode ter estado no pagamento de altos valores pelas licenças, o mesmo já não se pode dizer da Vodafone britânica que nunca acreditou muito seriamente nos prazos definidos para o lançamento comercial do UMTS.

Aliás, a Hutchinson 3G anunciou a aquisição de um milhão de terminais UMTS à nipónica Nec pouco tempo depois de Sir Christopher Gent, patrão da Vodafone, vir dizer que não iria haver telemóveis para satisfazer os pedidos das operadoras, na altura do lançamento das redes. Por paradoxal que possa parecer, a história veio dar razão a ambos.

Estratégias à margem, o certo é que, segundo as contas da H3G, até ao Natal a rede UMTS deverá estar pronta e testada em Inglaterra, já com alguns milhares de clientes subscritos e a usar os serviços. É que a operadora britânica não vai inaugurar (estilo fita e tesoura!) a utilização da rede, preferindo um crescimento gradual do número de clientes, adaptando-se à medida da capacidade das estruturas.