Magalhães foi um fracasso enquanto ferramenta escolar
O universo de estudo da Universidade Portucalente abrangeu escolas do ensino básico no concelho de Matosinhos
*Artigo publicado também no iOnline
O projecto, que representou um investimento de 50 milhões de euros, falhou sobretudo na sua integração enquanto ferramenta dos alunos para actividades lectivas. Este, contudo, não foi o único factor responsável pela utilização pouco habitual dos portáteis nas salas de aula. “Existe um longo caminho a percorrer para valorizar o esforço financeiro que foi aplicado e permitir que as tecnologias sejam incluídas de forma transversal nos currículos”, de acordo com o estudo.
Primeiro, os dados: uma percentagem muito significativa (89,1%) dos professores avançou que os portáteis Magalhães nunca eram utilizados na sala de aula. A rara utilização dos dispositivos em contexto de aprendizagem também foi confirmada por 84,5% dos encarregados de educação e por 86% dos alunos.
Além da fraca integração dos aparelhos, também foram apontados factores como a falta de envolvimento das direcções da escola, bem como a falta de condições das salas de aula para suportar tantos aparelhos conectados em simultâncio. O relatório também descreve a falta de competências por parte dos professores para promover uma utilização mais integrada, bem como a falta de capacidade para situações como as avarias dos equipamentos. Os estudantes também não foram eficientes na preservação dos seus equipamentos.
O relatório – uma tese de doutoramento intitulada “Avaliação do impacto do portátil Magalhaes no 1º ciclo” – considera positivo o desenvolvimento autónomo de competências fora do âmbito escolar, tais como pesquisar na internet, navegação online ou jogos.
Quanto ao universo de estudo, ao todo envolveu 682 participantes: 400 alunos, 181 encarregados de educação e 101 professores.