Utilizadores de telemóveis são menos do que possa julgar

De acordo com um estudo inglês, foram contas mal feitas. O caso português não deve ser muito diferente.

Pode parecer à primeira vista que toda a gente possui telemóvel. Mas a opinião pública e as estatísticas oficiais podem induzi-lo em erro.

No Reino Unido, os dados da indústria demonstravam que existiriam 43 milhões de utillizadores activos de telemóveis, o que a ser verdade seria equivalente a 90 por cento da população adulta.

Mas um estudo independente providenciou provas irrefutáveis de que os operadores estão a exagerar quanto ao número de clientes em cerca de 25 por cento.

A Gartner Group realizou uma sondagem, onde concluiu que apenas 63 por cento dos 4 mil inquiridos usavam telemóvel.

A discrepância deve-se em grande parte à incapacidade dos operadores contabilizarem com algum rigor o número de clientes, devido ao aumento dos pacotes pré-pagos e a consequente diminuição dos clientes com assinatura. Outro factor que poderá induzir em erro os operadores é que muitas vezes quando um telemóvel novo é adquirido, a sua função será de substituição e pode não tratar-se de um novo cliente. A utilização profissional dos telemóveis (chamemos-lhes sem dono), pode também contribuir para aumentar a margem de erro. 

Em Portugal, e rapidamente tomando consciência de que a nossa realidade não deve andar muito longe da Britânica, o número total de utilizadores de telemóveis, segundo o ICP, era no final de 2000 de 6,7 milhões. Se levarmos em conta os factores acima referidos, o número real de pessoas que possuem telemóvel situar-se-á na casa dos 5,1 milhões.