Velocidade da 3G ameaça desiludir
O Grupo Vodafone, um dos maiores operadores de redes móveis a nível mundial, presente em Portugal através da Telecel, adiantou no final da semana passada expectativas de que as suas redes UMTS, pelo menos numa primeira fase, irão provavelmente permitir velocidade de transmissão de dados de apenas um sexto do esperado: a cerca de 64 Kbps (o mesmo correntemente permitido por uma linha RDIS).
Uma velocidade 64 Kbps, sendo suficiente para tornar possível a distribuição de alguns conteúdos multimedia fica, no entanto, um pouco à quem dos 144 a 384 Kbps desejados.
Os padrões de velocidade estabelecidos servem, única e exclusivamente, para transmissão de texto, ficando o audio e video de fora das capacidades de processamento da rede. Isto é, a grande vantagem trazida pelo UMTS a Vodafone não irá disponibilizar, dentro dos prazos estabelecidos, ou seja, início de 2002
Nem se percebe muito bem a atitude tomada pela Vodafone. Transparência a mais, ou jogada empresarial sofisticada? O certo é que, os clientes da Vodafone podem não ter ficado muito satisfeitos. Por muito reduzido que seja o número de clientes interessados em aderir às novas tecnologias da terceira geração, é sempre bom estar pronto a tempo e horas e não ficar atrás da concorrência.
O estreitamento da oferta da largura de banda enquadra-se na política de redução das despesas com a construção de redes UMTS prosseguida pelo grupo Vodafone.
Efectivamente, os custos do UMTS foram demasiado excessivos para os mais diversos operadores europeus de telemóveis. Só a Vodafone pagou, em dez países diferentes na Europa nada mais nada menos do que 4.500 milhões de contos pelas respectivas licenças. Um investimento que deixou a parte de infra-estruturas descalça. Vamos ver se será a única a apresentar deficiências de serviço logo no arranque