Vírus em telemóveis
- Pedro Figueiredo
- 11/03/2002
- Internet, Mobile, Tecnologia

A abertura dos novos telemóveis à possibilidade de se descarregar novo software para os aparelhos celulares está a criar as necessárias portas de entrada para os vírus informáticos nos telefones móveis. Ou seja, as novas plataformas usadas permitem o desenvolvimento de software “caseiro”, ou amador, e que irá permeabilizar os aparelhos a programas perniciosos, mas mascarados da maior utilidade que lhes possa ser reconhecida.
Curiosamente, os Estados Unidos, campeões nas vítimas de ataques de vírus informáticos, estão pouco receptivos a essa nova vaga de ataques. É que a tecnologia dos sistemas de comunicações móveis ainda é tão rudimentar, em comparação com os restantes blocos comerciais do resto do mundo (mais concretamente Japão e Europa). Ao contrário do que acontece no universo dos computadores e da rede global, os norte-americanos deverão ser os últimos a sofrer as consequências dos novos tipos de vírus em telemóveis.
Aliás, este tipo de ataques aos telefones celulares não são novidade. Já através do serviço de mensagens SMS se consegue bloquear telemóveis ou, em casos mais dramáticos, ter de repor os valores de origem do aparelho. Mas os efeitos da nova vaga de vírus pode tornar-se ainda mais preocupante. Segundo especialistas em software de segurança, os vírus criados podem utilizar o telemóvel para enviar mensagens maldosas à Casa Branca, à polícia, chamar o 112 ou, ainda, enviar a lista completa de contactos a uma empresa de gestão de bases de dados.
O futuro poderá passar pela instalação das conhecidas firewall nos telemóveis. De qualquer forma, a segurança será um tópico de extrema importância na contrução de um telefone celular e preocupação prioritária para os departamentos de desenvolvimento de software dos mesmos.
A única forma de poder confiar a 100% nas tecnologias de comunicações móveis é continuar a usar os velhos telemóveis GSM, que pouco mais fazem para além das chamadas. Os avanços tecnológicos são bem-vindos e só facilitam a vida dos seus utilizadores. No entanto, o preço a pagar pode ser demasiado alto e com graves prejuízos pessoais, uma vez que, em termos de informação privada e confidencial, o telemóvel e as portas de saída dessa mesma informação são bem mais assustadoras que no caso dos vírus informáticos tradicionais em computadores.