Vodafone tentou o xeque-mate
A casa-mãe da Vodafone espreitou para Portugal e decidiu controlar a sua subsidiária lusa Telecel na totalidade. Para o efeito, e para congregar os títulos que andam dispersos por grandes e pequenos investidores, a Vodafone lançou uma Oferta Pública de Aquisição a 8,5 euros por acção. O problema é que o valor parece não ter sido suficiente, e até fez subir a cotação do operador 91 para os 8,55 euros, ou seja, acima daquilo que os britânicos tinham oferecido.
Como se não bastasse, os analistas vieram logo a terreiro (por exemplo o BPI foi um dos que tomou posição sobre esse aspecto) recomendar contenção na venda dos títulos da Telecel, uma vez que o seu valor poderia subir ainda mais nos próximos tempos. Isto porque se, de facto, a Vodafone quer comprar o que lhe falta da Telecel, então os 8,5 euros que oferece por acção terão de ser revistos. E bem revistos, uma vez que há significativos investidores, chamados institucionais (isto é, com grandes pacotes de acções) que não deverão estar dispostos a desfazer-se de tão interessantes títulos.
Até porque a questão da tentativa de controlar a 100% a subsidiária portuguesa começa a ser encarada pelo mercado com alguma desconfiança. Há já quem defenda que os britânicos tencionam comprar o remanescente da empresa para avançar de imediato para a compra da Optimus, destronando desta forma a TMN do primeiro lugar nas comunicações móveis nacionais.
Contudo, Miguel Almeida, administrador de marketing e vendas da Optimus, classificou de “absolutamente irrealistas” quaisquer cenários de fusão que possam ser traçados entre os operadores 91 e 93. O certo é que, irreal ou não, os títulos da Telecel e da Sonae.com foram beneficiados pela especulação.