WhatsApp. Um exemplo a seguir
Como um simples trocadilho se transformou em milhões de dólares em pouco mais de cinco anos.
- João Fonseca
- 20/04/2015
- Apps, Whatsapp

A IDEIA
Em 2007, Brian Acton e Jan Koum deixaram os seus empregos na Yahoo! e decidiram candidatar-se ao Facebook, tentativa que saíu furada. Dois anos se passaram, e em 2009 enquanto se entretia a mexer num iPhone em que a AppStore ainda era relativamente recente, Koum identificou um novo mercado prestes a emergir na esfera mobile, o mercado das aplicações. Desta forma, o duo centrou-se na criação de uma aplicação que oferecesse um melhor serviço do que as famosas SMS’s e, após um trocadilho com a célebre frase inglesa “What’s up”, chegaram ao nome “WhatsApp”.
Com isto em mente, Koum decidiu pegar nos cerca de 400.000 dólares que detinha em poupanças provenientes do seu antigo emprego na gigante Yahoo!, e juntamente com Brian Acton criaram a WhatsApp Inc. no estado da Califórnia, empresa que viria a criar a famosa aplicação de mensagens.
A MATERIALIZAÇÃO
Após a criação da empresa e da consequente aplicação, a mesma passou por um período em que a sua estabilidade foi colocada em causa devido a múltiplos bugs e paragens inesperadas, levando Jan Koum a quase desistir do projecto, ora não fosse Brian Acton a encorajar o seu colega e amigo a não desistir e esperar durante mais uns meses.
Entretanto a Apple introduziu o serviço de notificações no iPhone em 2009, em que os developers podiam alertar os seus utilizadores sempre que determinada aplicação não estava a ser utilizada. Com esta actualização em mente, o WhatsApp foi também actualizado para a versão 2.0 onde fez uso desta nova funcionalidade, permitindo que o número de utilizadores da aplicação subisse para 250.000.
Depois de vários meses em versão Beta, a WhatsApp foi oficialmente lançada exclusivamente na AppStore, onde obteve enorme sucesso. Contudo, utilizadores de outros smartphones não tinham acesso à app, o que se veio a revelar como um problema a ser resolvido com urgência. Desta forma, Jan Koum contactou um amigo de longa data de seu nome Chris Peiffer para criar uma versão da aplicação para BlackBerry, onde após muito cepticismo em torno do projecto, decidiu aceitar e juntar-se à empresa.
Com Koum e Acton a trabalharem de graça durante os primeiros meses no prédio que pertencia à popular aplicação de notas Evernote, em inícios de 2010 a empresa começou finalmente a gerar algum lucro – na ordem dos 5.000 dólares mensais – que chegava para cobrir os custos mensais de manutenção da aplicação. De forma a que não crescesse depressa de mais, Koum e Acton ocasionalmente mudavam o regime da aplicação de gratuita para paga.
O SUCESSO
Concluindo que a WhatsApp poderia eventualmente manter-se como uma aplicação paga, em princípios de 2011 já figurava no top 20 das aplicações mais transferidas na AppStore dos Estados Unidos. Em Fevereiro de 2013, a aplicação já contava com mais de 200.000 milhões de utilizadores activos espalhados por todo o mundo, o que permitiu à empresa empregar um staff na ordem dos 50 trabalhadores. À medida que a popularidade da aplicação foi crescendo, também o dinheiro foi aumentando. Com mais uma injecção de capital por parte da Sequoia Capital em cerca de 50 milhões de dólares, a empresa aumentou substancialmente a sua avaliação, que agora se situava em torno dos 1.5 milhares de milhões de dólares.
Com o marco dos 800 milhões de utilizadores activos atingido, a WhatsApp Inc. é hoje uma empresa detida pelo Facebook, operação que custou a Mark Zuckerberg algo como 19 mil milhões de dólares. É também de referir que durante a MWC (Mobile World Congress), Jan Koum aifrmou esperar que a empresa chegue aos quatro ou mesmo cinco biliões de utilizadores no decorrer dos próximos cinco anos, o que não será nada de admirar dado o enorme crescimento que a aplicação tem vindo a demonstrar.