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Dívidas difíceis

A Telecom Marrocos tem em mãos um problema grave de dívidas difíceis. Telefonar e não pagar em Marrocos é moda.

A questão afecta o mercado das operadoras de telecomunicações móveis, onde a Portugal Telecom tem participação de um terço na Meditel, juntamente com a Telefónica espanhola. Apesar do sector dos telemóveis ser, na grande maioria, dominado pelos cartões recarregáveis, a falta de pagamento tornou-se num problema sério.

A dívida no sector dos telemóveis triplicou de valor entre 1999 e 2000 e, segundo um estudo, continuou a subir no corrente ano. Este problema da falta de pagamento afecta, sobretudo a empresa operadora do Estado, uma vez que a segunda companhia com licença para operar com telemóveis em Marrocos diz estar com o problema perfeitamente controlado.

Segundo a porta-voz da Meditel, a empresa com participção da Portugal Telecom e Telefónica (um terço cada) garante que não sente minimamente os efeitos dos créditos mal parados. É que 90% dos clientes da Meditel utilizam cartão recarregável. O mesmo já não acontece com a operadora estatal, subsidiária da Telecom Marrocos.

Segundo informações não confirmadas oficialmente, as duas operadoras já começaram a concertar esforços para que a dívida não atinga proporções incontroláveis. A dívida, ainda segundo as mesmas fontes, já vai nos 88 milhões de dólares, números, obviamente, não confirmados por nenhuma das companhias.

O caso torna-se ainda mais grave se tivermos em conta que apenas 16% da população marroquina (30 milhões de habitantes) tem conta bancária, o que torna difícil descobrir os clientes com potencial para saldar os respectivos pagamentos em atraso, ou mesmo obter informações.