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NewGen C620

Primeiro terminal com a assinatura NewGen a ser introduzido na Europa, pela mão da Vodafone, o C620 é um «Peso Pluma Pókemon» com um preço, à partida, aliciante…

NewGen C620

Ecrãs : 160 x 128 pixéis a 65 mil cores (interno) e 96×64 pixéis a 256 cores (externo).
Dimensões : 59x53x22.5 mm para 75 gramas.
Câmara : VGA 640×480, zoom 4X. Com gravação de vídeo.
Multimédia : Polifónico a 64 tons. Suporta midi.
Messaging : SMS, EMS e MMS. WAP 1.2.1
Memória : Aprox. 4 MB, 300 contactos…
Redes: Banda dupla GSM (900MHz/1800MHz) com GPRS classe 8.
Bateria : 650 mAh. Reclama até 120 minutos em conversação e 110 horas em espera.

O melhor : O preço; a reduzida dimensão.
O pior: Ausência de possibilidades comunicação directa com outros dispositivos. Sem Java.
Conclusão: Opção económica para um filho adolescente; pouco recomendável para quem inclua o telefone móvel entre as suas ferramentas de trabalho.

No ringue onde os fabricantes digladiam cada cota de mercado, este NewGen C620 compete numa categoria inédita e particular: a do «Peso Pluma Pokémon»; pluma pela ligeireza (no peso e nalgumas funcionalidades) e Pokémon pela sua concepção claramente asiática: a saber, a opção pela forma em concha, o reduzido do tamanho e o garrido vivo das cores que povoam os menus, onde não falta um omnipresente «teletubbie», pequeno personagem de desenho animado que serve de fio condutor da «história».

Empresa sul coreana que conta quatro anos de vida, a Newgen tem já um portfolio original, recheado de modelos interessantes que parecem não ter chegado ainda ao mercado europeu; a estreia, ensaiada em exclusivo e em primeira-mão no nosso país, fez-se, pela mão da Vodafone, apenas com um par de modelos.

Terminais essencialmente idênticos entre si, o C620 e o C610 são distinguíveis pela forma externa, sendo o segundo octogonal, com um ecrã que duplica como espelho – pormenor aliás análogo ao de um modelo de outra estripe, o Nokia 7280, recentemente passado em revista aqui no Telemoveis.com

Estreia europeia da NewGen…

NewGen C620Dos dois NewGen, falaremos aqui do primeiro, o C620, que de certo só aos leitores mais distraídos ou alheados das coisas do Mundo terá passado desapercebido, dada a profusão, em generosas pilhas, com que foi exposto nas lojas do operador; alvo ainda de uma campanha de retoma que o disponibilizou a um preço extremamente convidativo: cerca de 149.9 euros – nada mau, para um telefone com dois ecrãs coloridos e câmara VGA.

A sua forma puramente quadrada, extremamente compacta (59x53x22.5 mm) – dentro do conceito já anteriormente visto com o Panasonic A100, pese embora este não ser em concha nem ter visor colorido – chama imediatamente a atenção, acabando por não ser de estranhar a forma saliente da antena, que dificilmente, conceda-se, poderia caber eficientemente dentro do corpo.

NewGen C620

Funções inéditas…

Nem tudo porém é deja vu no C620; a ausência crassa de funções de conectividade (nem irDa, nem bluetooth, nem cabo de ligação são oferecidos) não nos impediu de ter a surpresa de, pela primeira vez, que tenhamos memória, ter ouvido um telefone dizer alto, numa voz feminina, os números enquanto os digitámos (pena que seja em inglês e não em português – apesar do demais texto dos menus estar traduzido). Ocorre-nos que a funcionalidade pode revestir-se de alguma utilidade para invisuais.

Outra especificidade, pelo real interesse que tenha, consiste no suporte de avatares, pequenos personagens tipo BD para os quais o utilizador pode escolher a aparência, desenhando-os a partir da sobreposição da forma do rosto, cabelos, olhos, vestuário etc… Uma vez criados, os avatares tanto podem ser associados a entradas da agenda como usados na composição de MMS.

Sobre os menus – já o mencionámos – há a notar o seu colorido vivo, com a introdução permanente de elementos animados. De resto optou-se por uma versão simplificada – talvez em excesso – em que nem todas as opções estão disponíveis a partir do grande menu principal, tendo por vezes de se recorrer aos botões específicos (por exemplo, para enviar uma mensagem, seja SMS seja MMS, tem fatalmente de se recorrer à tecla dedicada, a partir do menu inicial – a que em consequência sempre se tem de voltar).

NewGen C620

De facto, para esse efeito, não existe a possibilidade de alterar a função de nenhuma tecla de atalho, estando estas pré-definidas. Enfim, a ausência estranha-se mas, depois de compreendida, acaba por se aceitar bem, como negação de uma redundância.

Originalidade do teclado e outros pormenores…

Sobre as teclas registe-se que as alfanuméricas (0 a 9 mais o # e o *) estão condensadas em apenas seis, cada uma das quais com duas funções, consoante se prima «do lado de cima» ou «do lado de baixo», de uma barra que, ao meio de cada uma, serve de separador e evita, com sucesso, que facilmente se activassem na direcção errada.

NewGen C620

Digitar números acaba assim por não ser grande problema, sendo porém que já as teclas do jogdial – quatro de direcção, cada uma das quais duplicando, isolada, como tecla de atalho (Calendário, Câmara, Lista de Contactos e acesso às mensagens, respectivamente, no sentido dos ponteiros do relógio, começando às 9 horas), mais uma em profundidade – bem como as quatro teclas adicionais que as ladeiam, pela sua diminuta espessura, podem levantar alguns problemas; em especial as duas que se localizam junto ao ecrã, num local onde a proximidade da «dobra», encurrala o dedo e pode obrigar a algum malabarismo para operar uma pressão estritamente vertical.

Lateralmente existem apenas, à esquerda, duas teclas para controlo do volume (podiam porventura servir também, com a câmara activa, para controlar o zoom, mas essa função foi deixada às teclas do jogdial).

NewGen C620A bateria, limitada pela sua dimensão, é de 650 mAh, o que, na ausência do tipo de funcionalidades que mais energias consomem (como o bluetooth e o irDa), acaba por ser suficiente. Reclama até 120 minutos em conversação e 110 horas em espera. Quanto à sua forma, à semelhança, por exemplo, dos modelos de outro fabricante coreano, a Samsung, não existe tão pouco uma «tampa» distinta para a cobrir: ela própria constitui a face externa da metade inferior do telefone.

Com 160 x 128 e 96 x 64 pixéis, respectivamente, não há nada a apontar aos visores, excepto talvez o facto de o exterior estar limitado a 256 cores; ainda assim perfeitamente suficientes para as funções que desempenha: meramente como resumo do estado do telefone (carga, cobertura de rede, data e hora, perfil sonoro, e informação do chamador).

A câmara…

Sobre a câmara, capaz de uma resolução máxima VGA (640×480 pixéis, com zoom até 4x), abstraindo alguma pixelização, há que lamentar a inflexibilidade introduzida pela falta de conectividade, bem como pela falta de um cliente de e-mail com suporte de anexos, o que deixa o utilizador na contingência de apenas poder enviar fotos e vídeos por MMS.

A memória livre para a «Galeria» de fotos e vídeo é de cerca de 4 MB, mais que suficientes, dadas os mencionados limites quanto aos meios de envio.

Essencialmente virados para o MMS, os resultados obtidos com a câmara são razoáveis, estando disponíveis um conjunto completo de efeitos, seja na forma e molduras, seja na forma de ajustes cromáticos (modos Auto, Claro, Nublado, Fluorescente, Tungsténio), com resoluções que podem alternar entre os 160×120, 176×144, 320×240 e 640×480 pixéis.

Foto tirada com o NewGen C620

Foto tirada com o NewGen C620

O utilizador pode ainda optar entre efectuar um disparo único ou uma sequência de 3, 5, 7 ou 9 fotos, nas qualidades Baixa, Média e Alta, controlando nomeadamente a intensidade do brilho e bem assim o temporizador.

Muito pela negativa é de notar o lag/atraso apreciável que medeia entre a pressão da tecla de disparo e o instante efectivo em que a câmara fixa a imagem, prejudicando a possibilidade de captar cenas espontâneas.

Quanto à gravação de vídeo, esta pode ser feita com a aplicação dos mesmos modos que a foto estática, numa de três resoluções­: 96×64, 160×120 e 176×144 pixéis.

As funções do organizador (não sincronizável) estão agrupados em quatro categorias de introdução: tarefas, a fazer, memo e aniversário.

Mobile Fun…

No plano da diversão, a inexistência de Java limita em muito as possibilidades. O telefone vem ainda assim com dois jogos: o Cargador (ou «carregador», cujo objectivo é empurrar caixas para a posição certa com o mínimo de empurrões) e Blackjack (jogo de aposta com cartas).

A nível das possibilidades de personalização registe-se que o terminal não aceita mensagens wap push, limitando assim as fontes e possibilidades de descarga de material na área do Mobile Fun. Tendo midis (64 tons) e imagens a cores animadas, não permite mudar a imagem de fundo (apenas se pode escolher das que vêm gravadas, não se podendo usar uma obtida por MMS ou uma fotografia tirada com a câmara para esse efeito).

De facto, apesar de ser possível retirar/separar (gravando-os na pasta de dados) de uma MMS recebida uma imagem ou um Midi, podendo usar-se este último como tom de toque, não é possível fazer o seu reencaminhamento – provavelmente em função da protecção DRM de direitos de copyright.

NewGen C620

Os formatos de som .amr e mp3 não são suportados.

Conclusão

Há muito a esperar da Newgen e dos produtos com a assinatura que possam vir a ser comercializados entre nós; com os C620 e 610 o primeiro passo foi dado no sentido dos modelos menos dispendiosos do tipo «descartável», capazes de agradar a um faixa de mercado menos exigente, para quem o seu diminuto preço se revelará atractivo, com um compromisso mínimo aceitável de funcionalidades de entrada no hype do momento: câmara, ecrã colorido e MMS num modelo cujo peso mal se dá por ele.

Os limites, mormente de conectividade e da capacidade de diálogo com outros dispositivos, fazem com que a aptidão do NewGen para agradar a uma faixa adolescente, capaz de se deixar seduzir pelo colorido e menus animados, seja insuficiente para utilizadores cuja actividade profissional dê um uso mais intenso à ferramenta telefone móvel.