Nokia 6260
CARACTERÍSTICAS
Ecrã : Resolução de 176 x 208 pixéis, capaz de 65.536 cores.
Dimensões: 102 x 49 x 23 mm; 109 cm3 de volume e 130 gramas de peso.
Câmara : Resolução máxima VGA, com zoom e gravação de vídeo.
Multimédia : Java Midp 2, rádio FM, leitura de Mp3 (mono). Inclui – entre outros – modo mãos livres e suporta comandos por voz.
Messaging : SMS, MMS, cliente de e-mail, navegador multimodo WAP 2.0 XHTML/HTML.
Conectividade: Bluetooth, porta infra-vermelhos e por cabo de dados.
Redes : Tribanda GSM (900/1800/1900), com GPRS (classe 6 – até 43.2 kbps de download).
Memória: 6 MB de memória interna (dos quais cerca da meta disponíveis e slot para cartão RS-MMC (incluído um de 32 MB).
Bateria : BL-4C, 760 mAh. Reclama até 4 horas em conversação e até 6 dias em espera.
Prós: Software, slot para cartões de memória, boa conectividade, rádio FM e PPF
Contras: Ausência de ecrã externo, disposição discutível das teclas, construção frouxa
Longe vão já os tempos em que os modelos clamshell, desdobráveis, passavam por ser um exclusivo dos fabricantes asiáticos. Desde há pelo menos um ano a esta parte que a sua adopção se generalizou, também pela parte da Nokia que, com este 6260, modelo comercializado desde o início do ano, deu um passo no sentido da sua extensão aos seus smartphones ditos de série 60, equipados com o sistema operativo Symbian; passo continuado recentemente com o N90, seu aparente sucessor.
No plano do desenho, o toque de originalidade do fabricante finlandês consistiu em ir mais além e dotar o clamshell de uma forma articulada radical que lhe permite não só dobrar-se sobre si próprio, retraindo posteriormente o ecrã sobre o teclado, como também colocá-lo de lado de modo a usá-lo de forma semelhante a uma camcorder para manusear as funcionalidades da câmara, atipicamente inclusa num dos lados do corpo principal do modelo (ver fotos para melhor perceber do que se fala; para uma comparação, mormente fotográfica, com outro terminal dotado do mesmo desenho, veja-se ainda o nosso review do Siemens SF65).
As cores e padrões adoptados no 6260 evidenciam a sua vocação como telefone tipo para o homem de negócios; com uma sobriedade porventura excessiva (sobretudo na versão cinzenta escura), a roçar o sizudo; num telefone que transmite alguma impressão de volume redundante e no qual se sente manifestamente a falta de um ecrã externo – para resumo da informação essencial.
A nível interno, ostenta um TFT de 176 por 208 pixéis, capaz de 65 mil cores. Com luminosidade e cores vivas o ecrã não deixa de ter, comparativamente com os clamshells coreanos, um défice na capacidade de reprodução de cores; com a adopção entretanto comum por estes das 262 mil.
Relativamente às teclas, estas surgem dispostas de forma invulgar e algo contraproducente, repartidas entre as alfa-numéricas e de aceitação/rejeição de chamadas, colocadas na metade inferior, e as demais, incluindo o joypad, colocadas na metade superior, junto ao ecrã. O resultado é obrigar frequentemente o utilizador a fazer recurso das duas mãos.
Leg: Supra Nokia 6260 lado a lado com o anunciado N90.
As teclas do 6260 transmitem ao toque e à vista uma impressão excessiva de coisa plástica pouco elaborada e pouco aderente. De resto, quando fechado, as duas metades evidenciam alguma folga, podendo «deslizar» uma sobre a outra a ponto de se desalinharem um par de milímetros. Assim, quanto à robustez da construção, não há dúvida que este 6260 perde, por exemplo, face ao que se pode encontrar no Siemens SF65.
É dúbio o interesse da grande «originalidade» do 6260, que deveria assentar nas possibilidades de operação do seu desenho articulado – segundo o marketing da marca: «Abra-o para falar. Rode o visor para tirar uma fotografia. Dobre-o com o visor virado para cima para navegar na Internet ou aceder a aplicações. Feche-o para o levar consigo.»
Salvaguardada a novidade do conceito, a prática demonstra que a utilidade, em especial do modo de navegação (com o ecrã rebatido sobre o teclado) é modesta, sobretudo porque não oferece nenhuma vantagem evidente comparativamente com o modo normal de operação.
Como seria de esperar, o software compensa em parte os quid pro quos do desenho. Baseado na plataforma da série 60, o terminal inclui mormente a possibilidade de ver anexos a e-mails em formato MS Word (QuickWord) permitindo ainda instalar uma plêiade de aplicações ao gosto do utilizador. O sistema de menus é bastante rápido a responder.
Quanto à câmara, a resolução limita-se ao VGA (640 por 480 pixéis) para as imagens estáticas, com resultados medianos, permitindo ainda a captura de pequenos clipes de vídeo.
Para efeitos multimédia, o cartão de memória incluído (32 MB de capacidade) poderia porventura ser mais generoso. De resto, o terminal permite a reprodução de MP3, incorporando ainda um sintonizador de rádio FM. O som soa claro e com volume razoável, embora, em alta-voz, em modo mono. Finalmente, é de notar a inclusão da funcionalidade «Premir para Falar». As possibilidades de conectividade do 6260 constituem uma das suas mais valias: não se limitando a suportar apenas ligação por cabo e o bluetooth (como parece ser a tendência expressa em modelos mais recentes da Nokia, por ex. o 6280), como incluindo ainda uma porta de infra-vermelhos. Quanto a redes, o modelo é tribanda GSM, sendo o GPRS suportado de classe 6 (velocidade de descarga até 43.2 kbps) Outro aspecto positivo é a duração relativamente longa da bateria (760mAh) que, com um uso moderado, mormente das opções de conectividade, pode chegar até aos 4-5 dias. O Nokia 6260 é um telefone que suscita sentimentos contraditórios: por um lado não há dúvida que em muitas aspectos funcionais bate aos pontos o que demais por ai há no segmento clamshell, sobretudo pelas opções de conectividade, pelo software incluso, pelo PPF, pela expansibilidade do cartão de memória e mesmo pelo rádio FM; por outro lado o tipo de novidade que se pretendeu introduzir a nível do conceito do desenho é manifestamente redundante, sentindo-se a falta do ecrã externo e deixando a qualidade geral de construção algo a desejar. À medida que perda o seu estatuto de «novidade» e que o seu ciclo de produto se aproxime do fim, pode ainda assim revelar-se, mercê de um bom preço, uma opção interessante.
Leg.: Supra magens tiradas com a câmara do 6260, clique para as ver no tamanho original.