Samsung SGH-E800
CARACTERÍSTICAS
Ecrã : TFT LCD de 65,536 cores. Resolução de 128×160 pixéis (até 5 linhas de texto).
Dimensões : 8,7 x 4,5 x 2,35 cm para 86 gramas de peso
Câmara(s) : Resolução VGA (640×480 pixéis), c/ zoom digital
Multimédia : Toques polifónicos de 64 tons. Formatos de imagem suportados: JPEG, GIF (inclusive animado), WBMP, PNG.
Java: MIDP 1.0.3, c/ 1.3 MB de memória..
Messaging : SMS, EMS e MMS. WAP 2.0.
Conectividade : IrDa, fax, transferência por cabo de série.
Memória : Aprox. 22 MB.
Redes : Dual Band (GSM 900 + 1800MHz) c/ GPRS, Class 10 (2 up, 4 down).
Bateria : Li-ion 1100 mAh, reclama até 2,5 horas em conversação e 130 em standby
O melhor: A agilidade do mecanismo deslizante; a qualidade do som; o conceito/desenho «compacto»; a memória; o «flash» da câmara.
O pior: Ser dual-band e não tribanda; conectividade limitada. Software capaz mas pouco inovador nas funcionalidades.
Conclusão: Bom valor pelo dinheiro.
A grande pedra de toque do SGH-E800 , o design «deslizante», dito «slide-up», trilha uma linha iniciada pela Samsung com o SGH-D410, o qual não deixou especial marca no mercado, porventura devido a algum volume (mais 30 gramas de peso) e à dissonância do desenho. Com a elisão da antena externa, a opção por uma forma ovalada, estritamente compacta e a expansão da memória, o sibling E800 introduz novos argumentos, encontrando o seu ponto forte no «estilo», para o que não deixou de contribuir a forte aposta da marca na publicidade televisiva, sempre de grande impacto.
O menu de navegação «apurado», próximo nalguns aspectos da concorrência e dos modelos Nokia e SonyEricsson, um câmara de boa qualidade e tecnologia inovadora a nível da qualidade sonora e da redução do ruído, a par de uma excelente reprodução das melodias polifónicas a 64 tons, convertem o E800 e o seu vezeiro (na marca) bom ecrã TFT (ainda assim aquém do impressionante LCD de 2 polegadas e 262,144 cores do D410) num terminal interessante que encontra, não obstante, algum óbice nas possibilidades da conectividade e nalguma falta de funcionalidade (manifesta, por exemplo, na impossibilidade de gravação de vídeo).
Depois da introdução no Ocidente dos modelos em concha, dilectos do mercado oriental, temos vindo a assistir à introdução dos deslizantes «side-up». O crédito original desta estratégia não pertence no entanto à marca coreana mas à alemã Siemens, pioneira com o seu SL55, de grande aceitação, a que se seguiu, posteriormente, o SL65. A própria Sagem, com o eminente myC-4, promete peregrinar nestas águas.
Sobre os modelos alemães, o E800 leva resoluta vantagem face ao SL55 (pese embora ser um pouco mais volumoso) e, no cômputo global, alguma dianteira perante o SL65 (tornada maior, comparados os respectivos preços de mercado). De facto, o seu ecrã exibe, em pixéis, maior resolução do que o SL65 (este com 130×130); a sua memória ascende ao dobro; as suas melodias e qualidade sonora global são manifestamente melhores.
Favorecendo a ergonomia, no E800 a Samsung optou pela inclusão de uma discreta mas eficiente «barra» transversal, localizada sobre o jogdial , em tom cinzento escuro, com o efeito de aumentar em muito a aderência do polegar, facilitando o «deslize» e a abertura.
De resto, a concepção do telefone, com a colocação na metade superior do telefone do dito jogdial (4 sentidos de direcção – que duplicam como teclas de atalhos predefinidos e não alteráveis pelo utilizador: acesso à função de câmara, melodias, calendário/agenda e mensagens -, numa única tecla compacta, circular, contornando outra tecla de profundidade, ao centro, em tom azul escuro e que pode funcionar como atalho para o WAP), a par de outras cinco teclas de função (2 para selecção de menu, 2 para ligar e desligar e uma para anular), implica que o utilizador possa executar a generalidade das funções sem necessidade de «abrir» a máquina.
De facto, na metade inferior do terminal apenas consta as 9 teclas numéricas mais os # e *, sendo apenas necessário a ela recorrer em caso da necessidade de digitação de informação. Estas teclas, pequenas q.b., de dimensão variável, são, contrariamente a algumas opiniões que pudemos ouvir, confortáveis e fáceis de premir o suficiente.
Lateralmente o telefone ostenta, num dos lados, a porta irDa, a entrada para auricular protegida por uma tampa irremovível e uma tecla de acesso directo à câmara e do outro lado um botão +/- para controlo do volume.
No topo inferior localiza-se a entrada para carregador e cabo de dados, ao lado do orifício do microfone. O Topo superior, por seu lado, está desimpedido.
É de notar que, malogradas as duas teclas de atalho, o terminal implica, forçosamente, para uso da câmara, que esteja «aberto».
Com efeito, esta localiza-se parte posterior da metade superior, ao lado de um pequeno diodo que faz as vezes de flash e do usual espelho concavo para auto-retrato.
Continuando a «tradição» da marca, o corpo do telefone é dominado por tons cinzentos, alternando entre o baço e o prateado/brilhante. Resulta bem, embora gostássemos de ver na Samsung mais ousadia noutros campos e com outro tipo de riqueza e diversidade cromáticas.
No que toca a composição fotográfica, a novidade do E800 é a inclusão de um flash, que o utilizador pode escolher activar automaticamente ou em modo manual. Na realidade, não se trata de um flash, mas de uma luz intensa que se ilumina instantes antes do disparo e se revela suficiente para tirar fotos no escuro a curta distância.
Lamentavelmente o telefone é incapaz de gravar clipes de vídeo, mas, para fotografia, malogrados os 640×480 pixéis standard de resolução máxima (oferecendo 300K num momento em que a palavra chave é o «megapixel») a câmara é bastante boa, produzindo imagens definidas.
Incluídas estão diversas funcionalidades, a começar pelo modo «disparo múltiplo sequencial» (até 15 imagens sucessivas), aplicação de efeitos fotográficos (negativo, preto e branco, sépia etc.), molduras e a opção pelo disparo retardado.
O zoom digital máximo é de 8X sendo de notar a comodidade do seu sistema de aplicação, controlado pelo jogdial , a par do ajuste de contraste (basicamente as teclas cima-baixo controlam uma função enquanto as esquerda-direita controlam/aplicam a outra).
As resoluções suportadas são, em pixéis: VGA (640×480), QVGA (320×240), QQVGA (160×120) e móvel para MMS (176×120). Os modos de compressão, por seu lado, são quatro: Económico, Normal, Fino, e Super Fino.
No plano do messaging, o telefone detém uma interface airosa para composição de SMS, EMS e MMS.
Para as MMS, o utilizador pode compor diversos slides , com o limite de 100 KB.
O navegador WAP 2.0 permite naturalmente ver imagens coloridas (o telefone suporta os formatos JPEG, GIF, GIF animado, WBMP e PNG), estando acessível através da tecla central do jogdial (sobre esta tecla – «i»-, abrimos um pequeno parêntesis para notar a menor flexibilidade do seu uso alternado na navegação, como tecla de selecção, menos versátil do que por exemplo no modelo E300, da mesma marca, com o resultado de «obrigar» por vezes o utilizador a recorrer a uma das teclas laterais).
Uma ausência sentida no terminal é o cliente de e-mail, porventura compensada por a composição de MMS permitir o envio para um endereço de correio electrónico. O problema subsiste, porém, da impossibilidade de ligação a um servidor POP3 para recepção.
É uma pena que a Samsung mantenha uma política de low profile no que à conectividade toca. De facto, a tecnologia bluetooth , de comunicação dispositivo a dispositivo, sem fios, permanece arredada dos seus modelos, enquanto o irDa, quando marca presença – como é o caso neste E800-, tende infelizmente a ter uma funcionalidade limitada.
Assim, é difícil perceber porque é que, por exemplo, não é possível enviar fotografias por irDa, surgindo a funcionalidade para uso telefone-a-telefone limitada à troca de vcards (cartões de contacto). Se o hardware (certamente a parte mais dispendiosa do processo de produção) marca presença, porque não consagrar, no software, o pleno usufruto das suas possibilidades?
De resto, a nível das redes, é ainda de lamentar que o terminal esteja limitado ao dual band (GSM 900 + 1800MHz), tendo os 1900MHZ sido deixados de fora.
A inclusão do modo Fax marca um ponto positivo enquanto o GPRS de classe 10 (2 canais para envio de dados e 4 para recepção) corresponde ao que seria de esperar.
No tocante às linhas gerais da «navegabilidade» do software, já o fizemos notar, o telefone sai-se bem. Gostámos do cuidado posto no grafismo dos ícones de menu, em linha com o que de melhor têm feito as marcas rivais, bem como do sistema dúplice de selecção de menus, alternando entre a possibilidade de escolha do «grande sub-menu» ou da funcionalidade mais importante neste.
A nível da gestão da informação, a presença particular da opção «eliminar tudo» (disponível para imagens, registos de chamadas etc.) é de saudar.
É ainda de louvar a presença da função alta-voz. Aliás, no plano sonoro, o fabricante reclama com proveito ter incluído tecnologia de redução de ruído que permite aumentar a clareza aquando da execução ou recepção de chamadas em ambientes ruidosos.
O menu inicial do telefone reparte-se por nove grandes opções: Serviços do Operador, Registo, Serviços de Rede, Definições de Som, Mensagens, Caixa de Diversões, Agenda, Câmara, Definições do Telefone.
O Registo memória dispõe de memória para 20 chamadas não atendidas, recebidas e efectuadas, a par de um contador de duração.
O menu Agenda inclui as opções: novo memorando (categorias: agenda, lista de tarefas, chamada e aniversario), calendário, lista de tarefas, relógio, alarme, calculadora, temporizador (utilizador define X tempo como countdown ), Conversão (Moeda, Comprimento, Peso, Volume, Área, Temperatura) cronometro
De notar, que a nível dos contactos, se permite memorizar cumulativamente os números do telemóvel, de casa, escritório, fax e «outro», a par do e-mail, de um campo «nota» e da possibilidade de associar a entrada a um grupo, imagem e melodia.
De entre os Serviços WWW, observe-se que o modelo a que tivemos acesso trazia predefinidos os settings dos 3 operadores nacionais.
No plano do software «avulso» agradou-nos o Cronómetro, com capacidade de registo sequencial de 4 tempos/instantes.
Finalmente, relativamente à memória, os cerca de 21 MB disponibilizados constituem um bom compromisso entre a frugalidade e a generosidade (esta com os 64 MB como referência actual, em modelos manifestamente mais dispendiosos), deixando espaço suficiente para as fotografias e para a descarga de aplicações Java.
As melodias são decididamente um dos pontos fortes do terminal (polifónicas a 64 tons), que inclui de origem cerca de 30 de altíssima qualidade.
Relativamente à configuração do comportamento e parâmetros do telefone as opções orçam em torno da Tampa activa (atende a chamada quando se abre o telefone); fecho da tampa (interrompe operação em curso ou não), Modo Fax; Visor (tela de fundo, cor natural – 4 padrões, Luz de Fundo -15, 30 segs, 1, 3 e 10 minutos), Luminosidade (15 unidades gradativas); e ecrã de serviço (quando activo mostra a hora pisca de X em X tempo definido em fundo negro)
Oito imagens base estão disponíveis para selecção como tela de fundo, sem prejuízo de o utilizador tirar as suas próprias ou as descarregar via WAP.
O conteúdo da «Caixa de diversões» pode ser expandido pela descarga, vindo com o terminal que usámos dois jogos Java: o SnowBallFight (misto de estratégia e acção) e o BubbleSmile (sobretudo de estratégia).
Noutros modelos e no passado, a marca habituou-nos a fornecer duas baterias. Não será este o caso. A bateria padrão do E800 é uma 3.7v Li-ion 1100 mAh mA, para a qual a marca reclama até 2,5 horas em conversação e 130 em standby .
Pelo que pudemos testemunhar, para um uso «médio» é razoável esperar 3 dias de duração.
O processo de recarga, por seu lado, pode demorar até cerca de hora e meia.
Os acessórios disponíveis, na caixa ou como extra, incluem auriculares simples ou de pescoço, carregador de automóvel, carregadores de viagem, um carregador de secretária tipo «berço», um cabo PC Link, com ou sem o respectivo CD de software e um Kit de automóvel mãos-livres.
O Samsung SGH-E800 oferece um preço muito competitivo/favorável face a modelos concorrentes a nível das características que oferece e, dentro dos «slide-up», ao Siemens SL65, em particular.
Os seus pontos fortes são seguramente o design e a qualidade do áudio nas suas múltiplas vertentes (das melodias às chamadas propriamente ditas), com uma dose de interesse que, em termos de funcionalidades, não encontra paralelo na introdução de nada de especialmente inovador, o que não implica que o terminal deixe de satisfazer perfeitamente as necessidades da maioria dos utilizadores.