SOS móvel

O telemóvel tornou-se o meio a que mais pessoas recorrem em caso de catástrofe. Um estudo recente da Enlightenment Economics, publicado pela GSMA (Associação de GSM), revela que o volume de tráfego nas redes móveis aumenta exponencialmente após um desastre de grandes dimensões e que a procura permanece muito alta durante vários dias após o cataclismo.
De acordo com a pesquisa, o volume de chamadas na rede móvel em Tamil Nadu, no sul da Índia, aumentou 30 por cento durante várias semanas depois do Tsunami que assolou a região em Dezembro de 2004. O estudo mostra também que a utilização de voz cresceu 275 por cento e a de texto 350 por cento nas áreas mais afectadas pelas cheias que alagaram o sul da Alemanha em Agosto passado. O volume de chamadas aumentou também dramaticamente após os ataques bombistas de Novembro de 2003, em Istambul, Turquia.
Situações problemáticas para os operadores móveis que, ao contrário do que acontece em ocasiões previsíveis de grande aumento de tráfego, como o Ano Novo ou a realização de importantes eventos desportivos, não têm tempo suficiente para se prepararem. Um problema que pode ser atenuado se os utilizadores optarem por enviar mensagens de texto em vez de efectuarem chamadas de voz no período exactamente a seguir ao desastre, utilizando menos capacidade de rede, o que facilita a transmissão das mensagens e liberta largura de banda que pode ser crucial para os serviços de emergência.
“Quem é apanhado no meio de uma catástrofe natural ou outra emergência similar está compreensivelmente desesperado para contactar os seus entes mais próximos, pedir auxílio ou transmitir informação importante», explica Tom Phillips, responsável da GSMA. “Os telemóveis são a melhor forma de o fazer, mas as pessoas neste tipo de situações devem tentar enviar SMS e não falar», acrescenta.
Dados sobre o tráfego após situações de calamidade sugerem que as organizações de ajuda humanitária e os indivíduos envolvidos apoiam-se bastante nas redes móveis para encontrar informação adequada às suas necessidades. O estudo, que examina os padrões de comunicação após o Tsunami do oceano Índico, o furacão Katrina, o terramoto de Bam e diversas outras catástrofes, revela que os telemóveis desempenham um papel vital na ligação de populações dispersas e na afectação de socorro às necessidades particulares das comunidades afectadas.
Depois de um desastre natural, ainda de acordo com a pesquisa, as redes de telefones móveis recuperam mais rapidamente que as redes fixas. Após o furacão Katrina, nos EUA, por exemplo, a utilização de plataformas portáteis permitiu aos operadores móveis restaurarem a cobertura relativamente depressa. Onde necessário, estes operadores podem também, muitas vezes, conectar as chamadas em torno das falhas de rede. Em casos de congestionamento extremo, optam regularmente por reduzir a qualidade do som para que um maior número de chamadas consiga ser transmitido.